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Pérola do Maicá aposta no turismo de base comunitária para gerar renda e preservar o meio ambiente Autor: Katrine Bentes - Ascom Semtur

Pérola do Maicá aposta no turismo de base comunitária para gerar renda e preservar o meio ambiente

Katrine Bentes
Publicado em - Atualizado
A 15 minutos do centro de Santarém, bairro oferece experiências como passeio no lago, pesca artesanal, quintais agroecológicos e sabores únicos, como o brigadeiro de tucupi com flor de jambu.

A apenas 6 km do centro de Santarém (PA), o bairro Pérola do Maicá vem se consolidando como modelo de Turismo de Base Comunitária (TBC), ao integrar geração de renda, fortalecimento da cultura local e conservação ambiental. Para conhecer de perto essa experiência, a equipe técnica da Secretaria Municipal de Turismo (Semtur) visitou o território e percorreu o roteiro organizado pela Associação de Moradores do Pérola do Maicá (AMBAPEM), que já atrai turistas, pesquisadores e visitantes em busca de vivências autênticas.

 


As atividades incluem:

• Passeio de bajara ou canoa pelo Lago do Maicá

• Observação de aves (mais de 91 espécies registradas, especialmente ao amanhecer)

• Trilhas ecológicas (no período da vazante, entre agosto e novembro)

• Visita a quintais agroecológicos

• Feira com produtos locais

• Oficinas com mulheres artesãs

• Demonstração de pesca artesanal (com mais de 100 espécies de peixes catalogadas)

• Roda de conversa e apresentações culturais

• Degustação de pratos típicos

 



O secretário municipal de Turismo, Emanuel Júlio Leite, destacou o potencial do projeto:

“O que está sendo feito aqui é prova de que o turismo pode transformar realidades. Gera renda, valoriza a cultura local e preserva o meio ambiente. Volto ao bairro e vejo uma equipe empolgada, capacitada e comprometida. Essa é a alma do turismo comunitário: pessoas fazendo com amor e de forma colaborativa.”

 

Lago do Maicá: onde natureza e modo de vida se encontram

 

 

Com cerca de 40 km de extensão, o Lago do Maicá é um canal de várzea que conecta o rio Amazonas a outros lagos da região. Próximo à zona urbana, destaca-se pelas águas tranquilas, vegetação densa e árvores imponentes.

O lago é um berçário natural da fauna amazônica, abrigando inúmeras espécies de peixes, aves e mamíferos. Ao longo de seu percurso — entre o Maicá e o Ituqui — vivem comunidades ribeirinhas, quilombolas, indígenas, extrativistas e agricultores familiares, que praticam a pesca artesanal e o manejo sustentável dos recursos locais.

 


Os passeios guiados por moradores, com duração média de 1h30, proporcionam uma imersão na floresta alagada. Em dias favoráveis, é possível avistar araras-azuis, garças, botos, preguiças, jacarés e macacos.

 

Culinária com identidade

 

 

A gastronomia do bairro é parte essencial da experiência. Um dos destaques é o Arroz do Maicá, elaborado pela chef Rebecca Riker Carneiro, que combina arroz com jambu, peixe frito pescado no lago, tucupi, banana-da-terra e farofa de castanha.

 

 

Na sobremesa, o surpreendente brigadeiro de tucupi com flor de jambu mistura sabores da floresta com criatividade.

Moradoras como Dona Lindalva Costa da Silva mantêm viva a tradição culinária local, com pratos à base de filhote, surubim, dourada e galinha caipira — preparados com ingredientes do lago e dos quintais produtivos da comunidade.

Quintais que alimentam e fortalecem

 


A produção agroecológica é um dos pilares da economia local. Cultivada nos próprios quintais, garante alimentos saudáveis e renda para as famílias. Seu Zelí Ramos de Sá, por exemplo, cultiva 22 canteiros e fornece hortaliças para feiras e mercados da cidade.

“Aqui quase todo mundo planta. A cada 15 dias, vendemos nossa colheita na associação. É tudo sem veneno, direto do nosso quintal, com cuidado e amor”, explica.

Pesca artesanal: tradição e subsistência

 


O Lago do Maicá abriga mais de 100 espécies de peixes, sendo fundamental para o sustento das famílias da região. A pesca artesanal é uma prática ancestral que segue viva na rotina local.

Cantídio Benício Rego, morador há 34 anos, resume sua relação com o lago:

“Pesco desde os cinco anos. Quando cheguei aqui, me apaixonei. A gente observa o vento, a cor da água, a profundidade… tudo isso é sabedoria. Respeitar a natureza é essencial. E esse rio é muito generoso.”

Visitantes podem acompanhar o cotidiano dos pescadores e, de forma respeitosa e guiada, participar da atividade.

 

 

Agendamento e respeito ao ritmo da comunidade

Para participar das experiências no bairro, é necessário agendar com antecedência. A proposta é garantir o acolhimento sem interferir na rotina da comunidade.

“A gente se prepara para receber. Não queremos interferir na rotina da comunidade, mas somar. Por isso, é importante saber com antecedência quais passeios a pessoa deseja fazer, para alinhar com os moradores que vão acompanhar,”explica Denilson dos Reis Silva, coordenador do Departamento de Turismo de Base Comunitária da AMBAPEM.

 

 

Agendamentos:

Valdecir Oliveira – (93) 99145-2505

Denilson Reis – (93) 99136-9228

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