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Mesa-redonda debate História e Turismo como instrumentos de preservação e desenvolvimento social na Amazônia Autor: Katrine Bentes/ CCOM

Mesa-redonda debate História e Turismo como instrumentos de preservação e desenvolvimento social na Amazônia

Katrine Bentes
Publicado em - Atualizado
Encontro promoveu diálogo entre universidade, poder público e representantes do turismo comunitário sobre modelos de desenvolvimento que valorizem a história, a cultura e o meio ambiente.

Na manhã desta quarta-feira (22), o Auditório NTB do Campus Tapajós da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) recebeu a mesa-redonda “História e Turismo: instrumentos de preservação e desenvolvimento social na Amazônia”, reunindo pesquisadores, estudantes e gestores públicos para refletir sobre como o turismo pode fortalecer a identidade amazônica e as comunidades locais a partir do conhecimento histórico e cultural.

O evento integrou a programação da V Semana Acadêmica de História, promovida pelo Centro Acadêmico de História da Ufopa (Cahis), e contou com a participação da professora Elcivânia de Oliveira Barreto, geógrafa e turismóloga; do estudante de História e idealizador do projeto Encantos do Maicá, Jonielson Ferreira; e do secretário municipal de Turismo de Santarém, Emanuel Júlio Leite, sob a mediação de Clayton Ferreira.

A professora Elcivânia Barreto defendeu um modelo de turismo mais sensível às realidades locais, capaz de transformar a visita em um ato de aprendizado e imersão cultural.

“As pessoas não vêm a Santarém para ir ao shopping. O que o shopping conta sobre a nossa história? O turismo precisa oferecer um mergulho na cultura e nas narrativas do lugar, transformando a viagem em uma experiência de descoberta e pertencimento”, afirmou.

Para ela, compreender a dimensão histórica e geográfica dos territórios é essencial para que o turismo se torne uma ferramenta de educação e valorização cultural, em contraste com o turismo “espetacularizado”, que ignora as identidades locais. 

Em sintonia com essa visão, o secretário Emanuel Júlio Leite destacou o papel do poder público na preservação dos espaços históricos e no fortalecimento do turismo de base comunitária.

“A gestão municipal tem trabalhado para revitalizar e valorizar os espaços públicos. Um exemplo é a recuperação da Praça Fortaleza do Tapajós (Mirante) e as obras previstas para a Praça Rodrigues dos Santos. Manter esses espaços é uma forma de resgatar nossa história e valorizar nossa identidade. Em dez meses de gestão, já visitamos 15 comunidades ribeirinhas e desenvolvemos projetos em quatro delas. Capacitamos cerca de 900 pessoas em Santarém. Estamos planejando o melhor Réveillon em Alter do Chão e queremos sediar o próximo Congresso Nacional de Turismo de Base Comunitária no ano que vem”, destacou.

Emanuel citou ainda o projeto Domingo de Lazer, que leva atividades culturais a praças da cidade, incentiva a economia criativa e fortalece o sentimento de pertencimento. “Realizamos sete edições do Domingo de Lazer. O projeto tem o objetivo de valorizar os espaços públicos e aproximar as pessoas por meio da cultura e da sociabilidade. Queremos que a população se veja nesses lugares, reconheça neles parte de sua história, se orgulhe e crie boas memórias”, explicou.

O secretário ressaltou ainda que ações como o Sairé e a criação da Casa Santarém, espaço dedicado à valorização da história local com estandes, oficinas e apresentações artísticas, demonstram o potencial do município para integrar turismo, cultura e memória, fortalecendo a identidade santarena e a participação das comunidades locais.

O estudante Jonielson Ferreira apresentou o projeto Encantos do Maicá, que integra turismo, educação ambiental e valorização da memória. “O projeto foi idealizado pelos moradores para defender o território, gerar renda e preservar o meio ambiente. Nós começamos com oficinas de história oral e, aos poucos, expandimos para formação de condutores turísticos, feiras agroecológicas e capacitações em produção sustentável”, explicou.

Ele também destacou o envolvimento de coletivos de mulheres e produtores locais, reforçando o turismo como instrumento de autonomia e inclusão social. “Não buscamos maquiar a realidade, mas mostrar o modo de vida em sua essência. Por isso, os agendamentos são sempre feitos com antecedência, para não impactar a rotina das pessoas”, concluiu.

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