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Quinta do Mestre celebra carimbó, ancestralidade e cultura popular em Alter do Chão Autor: Rony Aires - PMS

Quinta do Mestre celebra carimbó, ancestralidade e cultura popular em Alter do Chão

Weldon Luciano
Publicado em - Atualizado
Evento reuniu nomes consagrados como Mestre Chico Malta, Paulinho Barreto, Osmarino Kumaruara e Hermes Caldeira.

A noite do dia 19 de junho foi marcada por batuque, memória e celebração no Centro de Referência do Carimbó Mestre Chico Malta, em Alter do Chão. Em edição especial, a tradicional Quinta do Mestre homenageou os 364 anos de Santarém com uma programação repleta de música, dança e ancestralidade amazônica. O evento foi uma iniciativa dos mestres de carimbó de Alter, com apoio da Prefeitura de Santarém e da Secretaria Municipal de Cultura, reunindo nomes consagrados como Mestre Chico Malta, Paulinho Barreto, Osmarino Kumaruara e Hermes Caldeira.

Para o prefeito Zé Maria Tapajós, a realização da roda em uma data tão simbólica reforça o compromisso da cidade com suas raízes.

"O carimbó é orgulho santareno. Ele carrega a história, os valores e a força do nosso povo. Ter a Quinta do Mestre integrada à programação oficial de aniversário de Santarém é garantir que nossa cultura continua viva e sendo repassadas para as gerações futuras".

A secretária de cultura, Priscila Castro, destacou o protagonismo das comunidades na construção desse legado.

"É simbólico que a cultura popular esteja no centro das comemorações de aniversário de Santarém. Isso mostra quem somos, de onde viemos e o que queremos preservar".

Um dos momentos mais emocionantes da noite foi a apresentação das Suraras do Tapajós, grupo formado exclusivamente por mulheres indígenas de Alter do Chão. Elas retornaram da primeira turnê internacional com apresentações em Lyon, Angoulême, Podensac e Paris — representando a Amazônia no “Ano do Brasil na França 2025”.

Criado em 2018 como coletivo de “Guerreiras do Tapajós”, o grupo ecoa a força feminina, ativismo indígena e preservação ambiental através do carimbó em português e nheengatu. Suas letras exaltam os direitos das mulheres, o território e os povos originários. A performance foi recebida com emoção e aplausos de pé.

Outro destaque foram as Sereias, coletivo de artistas mulheres que encantam o público com canto, dança e presença cênica forte e sensível. Elas representam o empoderamento feminino dentro da tradição do carimbó, trazendo à roda não só beleza e harmonia vocal, mas, também, protagonismo, expressão corporal e narrativa ancestral.

Criadas a partir da vivência com os mestres de Alter do Chão, as Sereias representam a força das mulheres amazônidas e a musicalidade do carimbó pau e corda, misturando tradição com identidade contemporânea.

Quem também fez parte da celebração foi o Grupo Carimbó do Pará. Segundo o diretor artístico e coreógrafo Robson Costa, foi um momento de muita emoção.

"A gente está há mais de 23 anos nessa caminhada. Nosso grupo tem mais de 100 pessoas, entre dançarinos e direção. Hoje viemos com uma amostra da nossa arte, com oito casais e ver o público feliz com isso é muito especial pra gente".

Encerrando a noite com sabedoria e emoção, Mestre Chico Malta fez questão de ressaltar o papel da roda na preservação cultural.

"É um orgulho ver essa roda crescer, ver jovens, mestres, mulheres e crianças juntos no mesmo compasso. Essa noite mostra que o carimbó não é só música, o Carimbó é cultura viva. Celebrar isso no aniversário da cidade é reafirmar que seguimos firmes, de pé e em festa".

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