A Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), preparou uma programação especial para celebrar a Semana da Consciência Negra em Santarém. Café da manhã, apresentações culturais, Mesa com o tema Aquilombamento e diversidade cultural e Roda de Conversa sobre As conquistas da educação quilombola: mestrado os desafios da pesquisa fazem parte da programação que irá ocorrer nesta sexta-feira (24) na Casa da Cultura de Santarém. (Confira a programação completa no final da matéria).
Toda a programação é coordenada pela Divisão de Educação Escolar Quilombola da Semed (DEEQ), um setor de trabalho integrado à Semed, criado em meados de 2006, inicialmente como uma coordenação, mas na atual gestão ganhou status de Divisão. A DEEQ representa atualmente 13 territórios quilombolas deste município, sendo que apenas dois deles (Quilombo Pérola do Maicá e Quilombo Surubiu Açu) não contam com prédio escolar.
A DEEQ coordena 15 unidades de ensino, dentre elas 12 escolas quilombolas e três escolas regulares anexadas à uma escola polo quilombola. São cerca de 900 alunos atendidos, do pré ao 9º ano e em alguns territórios os alunos contam com o ensino médio.
"Somos e representamos o povo preto que vive na Amazônia, gente alegre e festiva e por assim dizer com as bênçãos de nossos ancestrais, comemoramos a passagem do período letivo de 2023, com as conquistas da educação quilombola, bem como as boas práticas de educação antirracista trabalhadas junto ao nosso povo”, enfatizou o coordenador da Divisão Quilombola da Semed, Leandro Laurindo.
Educação Infantil
Como forma de trabalhar a educação antirracista desde a infância, a Semed inovou e, de forma pioneira, implantou em Santarém as primeiras bibliotecas voltadas ao estudo da cultura negra.
No ano passado, a Semed, por meio do Núcleo Técnico de Educação Infantil (NTEI), implantou, em parceria com o Projeto Kiriku, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Afrotecas em três unidades de educação infantil do município. O Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Paulo Freire (Afroteca Amoras), Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Maria Raimunda Pereira de Sousa, bairro Nova República (Afroteca Lelê), e o Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Antonia Corrêa e Sousa no bairro Santo André (Afroteca Sankofa) foram os contemplados.
As Afrotecas são bibliotecas voltadas ao estudo da cultura negra e afrodescendente para a educação infantil, com o objetivo de acolher as crianças e incentivar a brincadeira e leitura na perspectiva afrocentrada em uma educação infantil antirracista.
Após um ano de implantação das Afrotecas, o professor Luis Fernando França, coordenador do projeto, diz que o fato é motivo para celebrar. Ele lembrou que os equipamentos são resultados de todo um trabalho de pesquisa.
"O fato da gente estar completando 1 ano é algo pra celebrar, pra gente festejar. É um trabalho que tem quatro anos de parceria com essas unidades e passou por várias etapas. São resultados de todo um trabalho de pesquisa de educação para as relações raciais que nós realizamos na educação infantil aqui do município. Então é com muita alegria que nós estamos festejando um ano das Afrotecas Amoras, Sankofa e Lelê".
O professor destacou ainda que está sendo uma experiência muito vitoriosa e, ao mesmo tempo, desafiadora, afinal, são as primeiras afrotecas implantadas no Brasil em Centros de Educação Infantil.
"Então Santarém está liderando no Brasil esse processo de construção de espaços antirracistas para crianças, em especial, as nossas afrotecas”, afirmou.
Confira a programação completa da Semana da Consciência Negra
Folder-Aquilombar II _2023.cdr (santarem.pa.gov.br)