O Çairé, que está acontecendo na Vila de Alter do Chão, vem atraindo turistas, ávidos em conhecer a sua rica história. Os símbolos do rito religioso da festa causam curiosidade e encantamento nas pessoas que visitam o Centro Cultural João Fona.
É o caso do produtor Arnaldo Pantoja, de Castanhal, no Nordeste do Pará, que veio pela primeira vez com a família.
"Viemos como os ingressos comprados para o acesso aos shows nos Lagos dos Botos, da vila de Alter do Chão. Mas queríamos conhecer o contexto geral, a história dos santarenos e aqui é o lugar, desde a cerâmica da etnia Tapajó até os detalhes da festa do Çairé. E como a nossa cultura é conexa com alguns detalhes como a Coroa do Divino Espírito Santo, vimos em outros lugares no estado paraense esta simbologia nas celebrações religiosas”, disse.
Segundo pesquisadores, como ocorre na maioria das festas de santo na Amazônia e em outras celebrações do Divino Espirito Santo no Brasil, a festa do Çairé apresenta um conjunto de personagens alusivos a situações de contato que as sociedades locais. O Santo é a própria coroa do Divino Espírito Santo (da Santíssima Trindade), da qual pendem fitas coloridas.
Já o Arco do Çairé é no formato de semicírculo, todos arrematados por uma cruz, bem como o semicírculo maior que contorna os demais. Este arco é envolvido por algodão branco trançado com fitas coloridas e adornados com flores.
O guia, o servidor da Semc/CCJF, Rildo Queiroz disse que os turistas ficam encantados desde a entrada do prédio.
"Ao adentrar no acervo entram em conexão entre o passado e o presente. E por conta da festa do Çairé, explicamos detalhes sobre esse grande evento de mais de três séculos".