Para ampliar o monitoramento e garantir um diagnóstico mais ágil da dengue em Santarém, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), distribuiu 300 testes rápidos às Unidades Básicas de Saúde (UBSs) Nova República, Fátima/Aldeia/Laguinho, Santarenzinho, Diamantino e Jacamim, além das Unidades de Acesso Avançado à Saúde (UAAs) Nova República, Santarenzinho e Alter do Chão. A testagem também será realizada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
O teste rápido de dengue NS1 é um exame que detecta a presença do antígeno NS1, uma proteína do vírus da dengue, no sangue. O teste é realizado por meio de uma coleta de sangue e o resultado fica pronto em cerca de 15 minutos. O teste de dengue NS1 é mais sensível nos primeiros dias da infecção, quando o vírus se replica mais ativamente. Por isso, os exames devem ser feitos entre o 1° e o 5° dia de sintomas.
De acordo com a enfermeira responsável pelo monitoramento da dengue, Gilmara Nascimento, a ampliação da testagem permitirá um acompanhamento mais eficaz dos casos na cidade.
“Com a ampliação da oferta de testes, já prevemos um aumento no número de notificações, pois a testagem ficou mais acessível e ágil.”
Gilmara destacou ainda que um maior número de notificações pode contribuir para que Santarém receba mais insumos, como vacinas.
“Na última distribuição do Ministério da Saúde, o município não recebeu doses da vacina contra a dengue porque o número de casos notificados e confirmados não atendia aos critérios estabelecidos. Embora a ampliação da testagem não garanta a inclusão imediata no programa de vacinação, ela reforça a importância de um monitoramento eficiente e de dados precisos para o planejamento das ações de saúde pública”, acrescentou.
Sobre a dengue
A dengue é uma doença viral transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada com um dos quatro sorotipos do vírus. Faz parte do grupo das arboviroses e ocorre principalmente em regiões tropicais e subtropicais, onde as condições climáticas favorecem a reprodução do mosquito.
Os primeiros sintomas costumam surgir entre 4 e 10 dias após a picada do mosquito. A dengue pode se manifestar de forma leve ou grave, sendo essencial identificar os sinais precocemente.
Qualquer pessoa que apresentar febre alta repentina (39°C a 40°C), acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas, deve procurar imediatamente atendimento médico:
• Dor de cabeça intensa;
• Prostração (cansaço extremo);
• Dores musculares e/ou articulares;
• Dor atrás dos olhos;
• Náuseas e vômitos;
• Manchas vermelhas na pele.
Os sintomas iniciais podem ser confundidos com os de outras doenças, como febre amarela, malária e leptospirose. Além disso, a gravidade da dengue não pode ser determinada apenas pelos primeiros sinais, pois a forma grave da doença pode surgir dias depois.
Não existe um medicamento específico para a dengue. O tratamento consiste no alívio dos sintomas, com repouso, hidratação e uso de medicamentos indicados por um profissional de saúde. Em casos graves, pode ser necessária hospitalização para evitar complicações, como a dengue hemorrágica e o choque circulatório.
A melhor forma de evitar a dengue é combater o mosquito Aedes aegypti, impedindo sua reprodução. Medidas importantes incluem:
• Manter caixas d’água, tonéis e reservatórios sempre bem fechados;
• Evitar o acúmulo de água parada em pneus, vasos de plantas, garrafas e recipientes;
• Limpar calhas e ralos regularmente para evitar o acúmulo de água;
• Colocar areia nos pratos de vasos de plantas para impedir que retenham água;
• Utilizar telas em janelas, mosquiteiros e repelentes para reduzir o risco de picadas.
Além dessas ações, a vacinação contra a dengue já está disponível em algumas regiões do Brasil. No entanto, o município ainda não foi contemplado com a distribuição da vacina.
Diante de qualquer sintoma suspeito, a recomendação é procurar atendimento médico imediatamente para um diagnóstico adequado e tratamento oportuno.