O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estiveram por dois dias em Santarém, conhecendo os trabalhos realizados pelo governo municipal em prol dos refugiados indígenas e não-indígenas venezuelanos que estão chegando no município dede setembro de 2017. Cada um com suas missões e suas atribuições dentro das Nações Unidas, a ACNUR esteve verificando o bem-estar e o acolhimento dos refugiados e o Unicef acompanhou a questão da garantia de direitos de crianças e dos adolescentes.
Na segunda-feira (18), eles se reuniram com as Secretarias Municipais de Assistência Social, Saúde e Educação, Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA); Defensoria Pública da União (DPU) e por meio de vídeo conferência com a Procuradora do Ministério Público Federal, a Dra. Luiza Astarita que fez um breve histórico das reuniões que foram realizadas em prol dos acolhidos no município.
À tarde, no Centro Regional de Governo, a reunião foi mais ampla com a presença de Secretários e representantes do Centro de Governo; das Secretarias Estaduais de Assistência, Educação, Saúde, Segurança, Secretarias municipais de Assistência, Saúde, educação, Conselhos Tutelares, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdca) e Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) e Ufopa. No final da tarde, as equipes do ACNUR e do Unicef foram até a Casa de Acolhimento para Adultos e Famílias (Caaf) e puderam ver de perto como estão sendo acolhidos os indígenas Venezuelanos pelo município e também conheceram o Centro Pop Dom Lino Vombommel, que recebe os venezuelanos não indígenas.
Catalina Sampaio, chefe do Escritório do ACNUR para Refugiados em Manaus, contou que o objetivo da missão conjunta foi fazer um diagnóstico da resposta humanitária que as autoridades locais estão realizando em Santarém. "Realizamos nesta terça-feira (19) uma oficina para traçar um plano de trabalho em conjunto sobre como responder essa emergência humanitária que vem um fluxo de Pacaraima, Boa Vista, Manaus, e chegou aqui em Santarém e eles se locomovem para Belém, a ideia é apoiar a autoridade local, município, estado e sociedade civil com apoio técnico para garantir devida proteção as essas pessoas que são deslocadas de maneira forçada, no caso aqui a população indígena Warao. A gente ficou realmente impressionada com a vontade política que os atores locais mostraram para responder essa emergência humanitária, a gente vê que vocês estão engajados em fornecer uma melhor resposta possível", disse Catalina.
Antônio Carlos Cabral, oficial especialista em saúde HIV e Primeira Infância do Unicef, contou sobre a visita ao município. "Nós estamos aqui para verificar a questão da garantia dos Direitos de Crianças e dos Adolescentes, enquanto migrantes nessa situação aqui em Santarém. Conversamos com os atores que têm se envolvido no dia a dia nesse acolhimento e juntos reforçarmos um plano com foco na garantia dos direitos de todos que se encontram acolhidos, e também passamos conteúdos programáticos. Ouvimos muito do que o município está fazendo com essa resposta efetiva a essa situação de migrantes da Venezuela e discutirmos um pouco como o Unicef e o ACNUR podem estar apoiando em todas as questões fundamentais para um trabalho coletivo e de forma integrada trazendo as experiências de todo o mundo para fazermos uma força tarefa para que se sintam em casa como irmãos venezuelanos nesse momento tão difícil da vida deles que é esse momento da migração", pontuou Antônio Carlos.
A Secretária Municipal de Trabalho e Assistência Social, Celsa Brito, acompanhou a equipe e avaliou de forma positiva a visita. "São visitas que vêm nos ajudar, nos apoiar a firmar esse protocolo de atendimento, estivemos todos que trabalhamos direto ou indiretamente com a questão dos refugiados em nosso município. Santarém tem acolhido em maior número os Venezuelanos indígenas e os não indígenas são poucos em relação a quantidade dos Waraos. Nessa questão que ainda é um grande desafio toda orientação e apoio não só das organizações, mas dos governo estadual e federal são muito importante para que possamos continuar apoiando essas famílias", destacou Celsa.