Uma reunião entre Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Turismo (Semtur), Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e Empresa Júnior Ateliê Digital colocou em pauta o uso da Unidade Básica de Saúde (UBS) Fluvial Abaré para atividades ligadas ao turismo. A embarcação já é utilizada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e Ufopa para realizar atendimentos médicos a comunidades da região do Tapajós.
Ampliar os serviços da UBS Abaré durante os outros dias do mês, através da atividade turística, sem comprometer o trabalho de saúde que já é realizado, foram os pontos abordados no encontro.
A ideia é que os universitários dos cursos de Ciências Econômicas, via empresa Júnior Ateliê Digital da Ufopa, coloquem em prática os conceitos da universidade e o empreendedorismo através de uma agência de viagens virtuais voltadas ao ecoturismo e turismo de base comunitária.
A iniciativa, que também deve proporcionar capacitações, é do Programa de extensão cadastrado na Pró-reitoria de Extensão da Ufopa em parceria com a Prefeitura. Além de contribuir com a formação dos universitários, que terão a possibilidade de viver na prática a realidade do setor e coletar dados turísticos das comunidades tradicionais, a proposta deve ajudar a fomentar a atividade turística consciente em Santarém com possibilidade de ampliação para atender os municípios que compõem o polo Tapajós, viabilizando geração de renda e consequentemente qualidade de vida nas comunidades.
"Esse programa contribuirá de forma significativa para a formação dos nossos alunos, via Empresa Júnior, tendo como base o empreendedorismo, o ecoturismo e o turismo de base comunitária, aliado às atividades de ensino, pesquisa e extensão que já são desenvolvidas no Abaré, mantendo as atividades de saúde que ocorrem mensalmente na UBS. Além disso, esse programa vai contribuir para a melhoria dos serviços oferecidos pelo Abaré, por meio do recurso financeiro gerado na atividade turística que será revertido para manutenção da estrutura da embarcação e aquisição de novos equipamentos para as atividades de saúde já desenvolvidas", informou o Pró-reitor da Cultura, Comunidade e Extensão (Procce) Professor Dr. Marcos Prado Lima.
"Assim como no mês passado, quando realizamos uma visita técnica à comunidade de Coroca, que fica localizada na região do Arapiuns, onde foi feito um levantamento das potencialidades da comunidade para incentivar o turismo de base comunitária, um planejamento está sendo elaborado para que seja realizada uma expedição 'Tapajós-Arapiuns' a fim de identificar o potencial de cada comunidade. As visitas técnicas fazem parte do nosso planejamento para trabalhos na região de rios no ano de 2019. Por isso procurei a Ufopa para firmar essa parceria de incentivo ao turismo da nossa região", disse o Secretário Municipal de Turismo Diego Pinho.
Além da Ufopa, a Semtur também está alinhando apoio com demais instituições acadêmicas para colocar os projetos que incentivam a atividade turística em prática, dentro de suas competências.
Sobre o Abaré
A Unidade Básica de Saúde (UBS) Fluvial Abaré é a primeira embarcação no país cadastrada pelo Ministério da Saúde como Unidade de Saúde da Família Fluvial (USFF). Ele pertencia à ONG holandesa Terre de Hommes (TDH), mas depois que encerrou as atividades no Brasil, foi repassado à Ufopa com recursos do Ministério da Saúde.
O Abaré realiza atendimentos de saúde nas comunidades mais distantes e de difícil acesso. As ações de atendimento ocorrem graças a um termo de acordo de cooperação mútua assinado no dia 15 de junho, entre a Ufopa e a Prefeitura de Santarém, através da Semsa. Dentre os atendimentos disponibilizados pelo Abaré, estão: consulta odontológica (extração, restauração, limpeza, aplicação de flúor, etc.), consultas médicas, exames de Preventivo do Câncer de Colo de Útero (PCCU), vacinação e atendimento de enfermagem, testes rápidos (HIV, sífilis e hepatites virais), remédios da farmácia básica e pré-natal.
A equipe do Abaré conta com médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, odontólogo, técnico em saúde bucal, técnico em patologia, agente de endemias, farmacêutico e pessoal de apoio, levando atendimento humanizado e de qualidade aos moradores das comunidades ribeirinhas do município. Depois que foi repassado à Ufopa, também passou a ser usado para pesquisa e extensão.
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