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Projeto Música na Escola é destaque no Festival de Bandas e Fanfarras Autor: Desconhecido

Projeto Música na Escola é destaque no Festival de Bandas e Fanfarras

Agencia Santarém
Publicado em - Atualizado
O projeto Música na Escola objetiva promover a escola pública como um espaço de educação integral d...

O projeto Música na Escola objetiva promover a escola pública como um espaço de educação integral da comunidade, visando o desenvolvimento da sensibilidade e criatividade humana, por meio da linguagem artístico-musical e a formação do cidadão, assim como contribuir ativamente com as mudanças socioculturais necessárias para a construção de uma sociedade mais ética e digna. 

O "Música na Escola" destacou-se de maneira espetacular durante o XIII Festival de Bandas e Fanfarras de Santarém, constatado pela premiação conquistada pelas quatro escolas contempladas com o projeto: Maria Amália Queiroz de Souza, Princesa Izabel, Maria de Lourdes Almeida e Ubaldo Corrêa. Ele é coordenado pela professora Monique Marinho, que também é coordenadora da Escola de Artes Emir Bemerguy.  

Monique contou que o projeto iniciou a partir da obrigatoriedade do ensino da música nas escolas públicas. Segundo ela, as atividades musicais foram introduzidas nas escolas em forma de projeto e não como disciplina obrigatória. Mas como a música já fazia parte do currículo nacional, o diálogo com a direção da escola foi facilitado.

“Hoje já temos um projeto pedagogicamente estruturado, o que significa dizer que todas as escolas são beneficiadas com o mesmo conteúdo”, observou.   

Segundo Monique, o projeto iniciou em 2008, com trabalho de musicalização em sete escolas da rede municipal: Maria Amália Queiroz de Souza; Maria de Lourdes Almeida;  Ubaldo Campos Correa; Princesa Izabel; Paulo Rodrigues dos Santos; Ambrósio Caetano Correa e Brigadeiro Eduardo Gomes.

As primeiras atividades foram com instrumentos de percussão, pois era o que havia nas escolas. O projeto, no entanto, consolidou-se e na opinião da coordenadora foi incorporado pela comunidade e aos poucos conquistou novos investimentos, com aquisição de outros instrumentos musicais, como: saxofone, trompete e o trombone.

“Quando iniciamos só havia um professor em cada escola, que além da musicalização trabalhava também a formação de bandas”, recordou Monique.

Atualmente, o projeto atende as escolas da rede municipal Maria Amália Queiroz de Souza, Princesa Izabel, Maria de Lourdes Almeida e Ubaldo Corrêa, contanto com um grupo estruturado de professores e regentes que atuam somente nessas escolas. Mas Monique lembrou que nem sempre foi assim. Segundo ela, há cinco anos havia um grupo de professores fazendo rodízio nas escolas, mas os resultados foram insatisfatórios e nos últimos  quatro anos a metodologia foi modificada.

Assim, cada escola passou a ter um grupo fixo de professores que trabalha o projeto em uma única escola. “E o reflexo de tudo é que todas as bandas das escolas onde funciona o projeto foram premiadas no XIII Festival de Bandas e Fanfarras de Santarém”, comemorou.

Segundo Marinho, a partir de 2012, o município iniciou o processo de contratação de professores para se trabalhar com cada um dos instrumentos, ou seja, com naipes de madeira, de metal e de percussão e também um regente para cada escola. “E o reflexo de tudo isso é que hoje temos quatro escolas municipais, com três professores e um regente que executam o projeto de música nessas escolas”, explicou.

De acordo com a coordenadora, na origem do projeto, embora já houvesse o Instituto Maestro Wilson Fonseca, a proposta da Escola de Artes era e continua sendo a formação de bandas marciais nas escolas. Mas, de acordo com Monique, o projeto vai mais além e também significa oportunidade, qualidade de vida e inserção na sociedade, trabalho em grupo, o resgate de jovens que já estavam envolvidos no mundo das drogas. Por isso, esse projeto se tornou importante ao contexto educacional do povo de Santarém.

“Muitos alunos que já estavam fora da escola acabaram retornando, continuaram seus estudos, formaram-se e depois passaram a trabalhar no próprio projeto atuando nas escolas como professores”, celebrou.

Monique também falou sobre os impactos do Projeto Música na Escola. Segundo ela, quando se vê alunos que jamais sonharam com a oportunidade de estudar um instrumento, com a realidade de hoje, o sonho se concretizou. Vê-se com isso, que o projeto provoca um deslocamento de um mundo sem perspectiva para novas expectativas de efetiva participação do aluno na escola e na comunidade. O projeto, também, se tornou fonte a pesquisadores das universidades e referência à própria família dos alunos participantes devido à entrada da música na vida daquele estudante.

A coordenadora também explicou o alcance do projeto nas comunidades rurais. Segundo ela, os regentes e componentes das escolas saem de suas localidades e vêm a Santarém, para receber capacitações promovidas pela Escola de Artes, em especial, às vésperas dos festivais de bandas e fanfarras. Além disso, quando as escolas do interior solicitam apoio, a Escola de Artes envia os regentes para atender a demanda daquele estabelecimento escolar.    

Marinho explicou que a efetiva participação dos alunos no projeto inicia com as aulas de flauta doce, a etapa seguinte é encaminhá-lo para estudar um instrumento. Quanto à estrutura, a coordenadora disse que em 2018 o município investiu na aquisição de flauta doce, instrumento bastante utilizado pelos alunos que acessam o projeto. Disse ainda que o projeto avançou ao contratar um profissional para fazer a manutenção, permitindo com que os instrumentos tenham mais durabilidade.

Monique também destacou as duas escolas do Lago Grande, Lírio dos Vales, da comunidade Uruarí e Vila Nova, da comunidade Vila Nova, que também foram premiadas no festival. Segundo ela, as conquistas são reflexos do projeto Música na Escola. Monique relatou que a maioria dos regentes que atuam nessas comunidades receberem capacitação em Santarém e depois retornam para trabalhar na preparação das bandas e fanfarras de suas comunidades.

“É muito gratificante para nós que trabalhamos a formação dos alunos observarmos que as escolas do interior se preparam para competir e não apenas para participar do festival e o resultado é que elas são premiadas, como ocorreu agora”, ressaltou.  

Marinho destacou também a estrutura do projeto com relação a recursos humanos e instrumental. Ela relatou que atualmente que o Música na Escola conta com 12 professores graduandos ou graduados em música, distribuídos em quatro escolas da rede municipal. Quanto a instrumental a rede municipal conta com o investimento na premiação, pois os recursos são revestidos na aquisição de instrumentos.

“Os vencedores do festival não recebem dinheiro, mas o valor da premiação é transformado na compra de instrumentos que serão utilizados pelos próprios alunos dessas escolas”, explicou.

A professora Monique também falou do seu sonho com relação ao projeto Música na Escola. Ela almeja mais instrumentos e com isso, ampliar o atendimento nas escolas. Na opinião dela, o fortalecimento do projeto pode contribuir com o surgimento de novas orquestras, em pontos estratégicos da cidade, levando em consideração a distribuição das escolas atendidas, como Livramento/Prainha, Nova República, Santarenzinho/Maracanã e Mapiri/Liberdade atendendo alunos de áreas mais afastadas do centro da cidade.

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