Trabalhadores de obra do Porto Hidroviário receberam a ação 16 Dias de Ativismo de enfrentamento a violência contra a mulher, na quinta-feira (06). A programação fez parte do Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, também conhecido como o Dia do Laço Branco, lembrado em 06 de dezembro.
Esse ano o invés de laços brancos os homens receberam rosas brancas e também um folder do Centro de Referência Especializado de Atendimento á Mulher - Maria do Pará informando sobre outros abusos além da violência física, que são considerados violência contra a mulher. Informando ainda, o disque 180.
Bem cedinho as 7:30h, vinte trabalhadores em círculo no local de trabalho ouviram a palestra da equipe técnica.
"Atentos ouviram as informações repassadas e ainda puderam tirar dúvidas com a psicóloga do centro Elaine Silva. Tenho certeza que eles também serão multiplicadores da mensagem da não violência contra a mulher e entregarão para suas namoradas, companheiras as rosas brancas que distribuímos", afirmou a coordenadora do Centro, Diany Castro.
Na noite de sexta-feira (07) foi a vez das usuárias participarem de uma atividade externa alusiva a programação. Quarenta usuárias participaram de atividades esportivas e de lazer na frente do Museu João Fona, na areia a beira do Rio Tapajós, os acadêmicos de educação física da Faculdade Pitágoras fizeram alongamentos, atividade funcional. A coordenadora do Centro Maria do Pará contou que elas brincaram de queimada e ainda ganharam massagens.
Na sexta uma equipe a convite da equipe das Ações Estratégicas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Aepeti) foram levar esclarecimentos a comunidades na área de rios Tapará Grande.
A equipe ainda irá a região de Planalto Comunidade Perema participando de um projeto do Ministério Público.
A programação dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher iniciou com uma blitz no dia 26 de novembro e vai até o dia 14 deste mês.
16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher é realizado pela Prefeitura de Santarém por meio da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtras), e o Centro de Referência Especializado de Atendimento á Mulher - Maria do Pará.
Confira o restante da programação:
13/12/2018 Comissão de Mulheres - Mesa Redonda com a Rede Itinerante Auditório OAB - Subseção de Santarém 18h30
14/12/2018 Ministério Público - Projeto Itinerante de Serviços Pelo Combate à Violência Doméstica. Comunidade Perema 07h às 14h.
Sobre o 16 Dias de Ativismo:
Essa campanha teve origem em 1991 organizada pelo Centro de Liderança Global das Mulheres que fixou o período de 25 de novembro a 10 de dezembro para discutir, refletir, bem como denunciar as várias formas de discriminação e violência contra as mulheres no mundo.
No I Encontro Feminista da América Latina e Caribe, o dia 25 de novembro foi declarado Dia Internacional de Não Violência contra as Mulheres em homenagem às irmãs Mirabal, assassinadas pelo governo ditador da República Dominicana nesse dia, em 1960. No dia 10 de dezembro, quando a campanha se encerra, é comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Atualmente mais de 130 países desenvolvem essa campanha.
Apesar do Brasil não ser conhecido como um país violento para as mulheres, os dados revelam uma realidade de profunda violência contra elas.
Em nosso país, nos últimos 30 anos, conforme aponta o Mapa da Violência 2012, mais de 92.000 mulheres foram assassinadas, o que mostra um triste quadro da expressão máxima da violência contra as mulheres. Em 2011, a partir dos registros do SUS, foram atendidas 70.170 mulheres vítimas de violência.
A pesquisa Percepção da Sociedade Sobre Violência e Assassinato de Mulheres, realizada pelo Instituto Patrícia Galvão, revelou que 70% dos entrevistados acha que a mulher sofre mais violência dentro de casa e 6 em cada 10 brasileiros conhece uma mulher que foi vítima de violência doméstica.
Um balanço sobre os registros do Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher) revelou que no ano de 2012 houve mais de 2.000 atendimentos por dia, e, do total de ligações, uma grande parte delas foram relatos de violência incluindo agressão física, psicológica, moral e sexual entre outras. Em 70% dos casos a agressão foi cometida por pessoas com as quais as vítimas mantêm ou mantiveram alguma relação afetiva com o marido, companheiro, namorado, ou ainda ex-marido, companheiro ou namorado.
Os registros indicam ainda que 67% de casos de violência ocorrem no cotidiano dos lares, ao lado da família, local em que a mulheres suspostamente se encontrariam seguras.
O enfrentamento da violência contra as mulheres é uma tarefa que necessariamente precisa envolver diversos setores governamentais e da sociedade com estratégias e ações articuladas, de tal forma, que resultem não só em denúncias ou medidas punitivas aos agressores, mas, também em transformações que propiciem mudanças de comportamentos machistas legitimados em uma sociedade ainda patriarcal e que sustenta as desigualdades de gênero, que são a causa principal da violência.
A Reprolatina, em sua missão de contribuir para a diminuição das desigualdades de gênero e construção de uma sociedade mais justa, participa e desenvolve atividades na "Campanha dos 16 Dias de Ativismo", e reafirma seu compromisso de contribuição para a diminuição das desigualdades de gênero, construção de uma sociedade mais justa e uma cultura de não violência contra as mulheres.