Em Santarém, duas comunidades ribeirinhas serão beneficiadas com o projeto.
Uma parceria entre a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e a Prefeitura de Santarém, por meio da Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e da Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca (Semap), está levando um projeto de tratamento de água à comunidade de Aritapera, região ribeirinha de Santarém.
Trata-se do Projeto Salta Z – uma Solução Alternativa Coletiva Simplificada de Tratamento de Água para Consumo Humano, que é financiado pelo governo federal, e colocado em prática através de parcerias entre a Funasa e secretarias municipais. Para isso, uma equipe da Vigilância Sanitária de Santarém está desde o dia 10 de junho na comunidade de Aritapera, onde deve permanecer até este sábado (15), acompanhando e orientando os moradores do local sobre os cuidados com o sistema, a melhor forma de utilização e higienização, dentre outros procedimentos.
De acordo com o chefe da Visa, Walter Matos, a Vigilância entra com palestras educativas sobre o uso correto da água, utilização de vasilhames limpos para o acondicionamento dessa água, tudo para evitar doenças hídricas como hepatite ou cólera, por exemplo.
"A qualidade de vida dessa população vai mudar muito, vai ser significativo para elas, pois terão água potável e de qualidade. E a prefeitura de Santarém está dando todo o apoio necessário para isso. É uma logística bem grande, mas de baixo custo se levarmos em conta o benefício que a comunidade vai ter", garante Walter Matos.
Após implantado, os próprios moradores vão fazer o monitoramento de todo o processo. Isso envolve a colocação de cloro, a verificação da bomba que traz a água do rio, limpeza da caixa d'água e outros pormenores que envolvem o processo de tratamento da água.
Walter Matos explicou ainda que a água tratada será disponibilizada também para as comunidades vizinhas e a vantagem é que qualquer pessoa poderá ter acesso, inclusive embarcações que passem por ali e queiram abastecer seus reservatórios.
Após a implantação na comunidade de Aritapera, a outra comunidade atendida será a de Carapanatuba.
Como funciona o Salta Z
Desenvolvida por técnicos da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), a tecnologia tradicional, de baixo custo e fácil operação, contém filtro e dosadores cujas construção e montagem são artesanais, seguindo o princípio de sustentabilidade, utilizando materiais ecologicamente corretos e que custam cerca de 25% menos que os modelos tradicionais. Todo o material utilizado na instalação pode ser adquirido no próprio comércio local, daí a praticidade da tecnologia pioneira.
O sistema funciona com uma bomba que retira água do rio, para ser tratada e torná-la potável para consumo humano. A água é puxada e antes de chegar na caixa d'água entra em contato com partilhas de cloro, chega na caixa d'água de 5 mil litros, passa por decantação para eliminar impurezas e materiais pesados, como ferro e manganês e por último passa pela filtragem que deixa a água sem bactérias e materiais pesados, pronta para consumo.
O equipamento é um tipo de filtro com tecnologia totalmente brasileira que está sendo considerada uma solução inovadora, além de ser simples, consegue atender até 600 pessoas por dia e o custo médio é de R$ 15 mil. A Funasa, em parceria com secretarias municipais instalou no ano passado mais de 1.000 unidades do Salta Z. E o trabalho continua este ano melhorando a qualidade de vida da população ribeirinha.