"Essa é a terceira fase de readaptação ao meio ambiente e os animais serão monitorados por rádio transmissores"
Bolinha, Paladaçú, Guerreiro e Ximanga. Esses são os nomes dos quatro exemplares de peixes-bois que foram soltos nesta quinta-feira, 14.
Bolinha, Paladaçú, Guerreiro e Ximanga. Esses são os nomes dos quatro exemplares de peixes-bois que foram soltos na tarde desta quinta-feira (14) no Lago do Pachequinho, localizado na Comunidade Igarapé do Costa. A iniciativa faz parte da parceria entre a Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), e o ZooUnama.
Desde 2005, os animais passaram por todo um processo de reabilitação. Chegaram no zoológico ainda filhotes, receberam acompanhamento veterinário, foram colocados num tanque na Comunidade Igarapé do Costa e hoje estão livres.
Animais serão monitorados por rádio transmissores.O presidente da Associação de Moradores da Comunidade Igarapé do Costa, Arino Pereira, disse que diretamente existem dois comunitários ajudando em todo o processo. Foram treinados e repassam aos moradores a importância de cuidar dos animais.
"A comunidade é parceira. Você pode observar que os tanques não possuem uma proteção por cima porque os próprios moradores se sentem responsáveis e ajudam na preservação", afirmou Arino Pereira.
Os animais que receberam a soltura variam de 5 a 10 anos e pesam em média 115 quilos. A instalação dos rádios ocorre pela primeira vez. Os equipamentos vão possibilitar todo um monitoramento e os exemplares poderão viver num maior espaço.
"Na comunidade existem as condições perfeitas para que eles sobrevivam. Há bastante plantas aquáticas e a própria comunidade pode ajudar", comemorou o veterinário Jairo Moura.
Devolvidos ao habitat natural: conquista.
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Segundo o chefe de fiscalizações da Semma, Arlen Lemos, o trabalho é uma ação conjunta entre órgãos ambientais e a comunidade que deve ser a principal fiscal: "A Semma tem se esforçado, são animais ameaçados por isso é necessário unir cada vez mais esforços para combater os crimes contra essas espécies".
Conforme a Lei Federal de Crimes Ambientais nº 9.605/1998, quem matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória é crime ambiental. O infrator está sujeito a pena de detenção de seis meses a um ano e multa.
Equipe técnica especializada, com participação de vários órgãos, realizou com êxito a operação.Peixe-boi da Amazônia
O peixe-boi de água doce tem o nome científico de Trichechus inunguis, é endêmico da bacia amazônica e encontra-se na lista dos animais brasileiros ameaçados de extinção. Mesmo protegido por lei, a caça a este animal ainda acontece principalmente com as fêmeas lactantes. Historicamente, a partir do século XVI, esse mamífero aquático foi caçado indiscriminadamente para obtenção da carne e a utilização do couro que é, pelo menos, seis vezes mais resistente que o couro de um bovino.