Em encontro realizado no final da manhã desta segunda-feira (29) foi apresentado pela Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), um relatório técnico atestando dos prejuízos ambientais que a Comunidade Santarém-Mirim, várzea santarena, pode sofrer caso um Igarapé que corta a localidade passe por limpeza com a retirada de vegetação como o capim e árvores caídas que cobrem o manancial.
Em apresentação do relatório, o chefe de controle ambiental da Semma Max Campos informou que a solicitação foi feita no dia 24 de outubro por dois grupos de moradores, sendo um favorável e outro contra a retirada dos vegetais e rejeitos.
"Um trecho de aproximadamente 950 metros do igarapé está desde 2014 sem intervenção humana, mas com a estiagem um dos canais não será mais navegável e parte dos moradores alegam a necessidade de limpeza para que as embarcações possam navegar no igarapé."
Segundo Max, moradores contrários à limpeza do trecho curso d'água relataram que devido ao crescimento e manutenção da vegetação no leito do igarapé, a quantidade de pescado que abastece a comunidade vem aumentando anualmente.
"Moradores informaram que há grande diversidade de espécie de pescado no Lago como por exemplo, curimatã, acari, pacu, aracu, surubim, pirapitinga, tambaqui e pirarucu. Além do peixe, é encontrado no lago e no igarapé espécies de quelônios e de jacarés."
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Como conclusão do relatório foi atestado que não se deve realizar a limpeza da área. "Considerando que o igarapé já está com vegetação no seu leito pelo menos desde o ano de 2003, ano da imagem de satélite, a equipe sugere que não ocorra à interferência na vegetação, pois a mesma está servindo como uma espécie de berçário para reprodução natural das espécies aquáticas."
Segundo a secretária de Meio Ambiente Vânia Portela todo um levantamento técnico foi tomado e a partir do documento, constatou-se que com a desobstrução do igarapé, possivelmente haverá a diminuição de água na área no período de estiagem, fato que iria prejudicar a reprodução de peixes, pois a vazão iria diminuir no canal de acesso devido o seu fechamento e aumentar no igarapé durante esse período.
"Por isso, não autorizamos qualquer intervenção na área de retirada do capim o que pode trazer prejuízos a flora e fauna daquele ambiente. Caso ocorra qualquer alteração a Semma tomará as medidas cabíveis", ressaltou a secretária de Meio Ambiente.