A cultura de um lugar, para ser passada de geração em geração e disseminada pelo mundo, precisa ser conhecida e vivenciada a princípio pelos moradores da terra, e se tornar motivo de orgulho. Na linha do segmento artístico da música e dança, a Prefeitura de Santarém e a Comissão Organizadora apostam na valorização regional no Çairé 2017.
No segundo dia de Çairé, sexta-feira (22), o público foi agraciado com apresentações de artistas regionais em três locais da vila de Alter do Chão: Praça Sete de Setembro com grupos musicais do carimbó de raiz durante à tarde; à noite no palco da Praça do Çairé o repertório ficou sob a responsabilidade dos cantores e compositores santarenos, César Brasil e Cristina Caetano; no Lago dos Bogtos, o gingado cadenciado ao som de muito batuque ficou por conta de Lucinha Bastos e o Rei do Carimbó, Pinduca.
Com 30 anos de carreira completos, César Brasil sempre apresenta a musicalidade santarena, e acredita num novo ciclo de oportunidades ao artista local. "Precisamos preservar a história de Santarém, uma delas, a valorização artística, e o governo municipal acende a chama do reconhecimento na participação de artistas locais", destacou o artista santareno.
Cristina Caetano já atuou em bandas de bailes, mas nos últimos 10 anos se dedica à carreira solo como intérprete e compositora de música popular brasileira, em especial na música regional paraense e amazônica.
No Lago dos Botos, a primeira a subir ao palco foi a cantora e compositora Lucinha Bastos. A artista elogiou o potencial cultural da Pérola do Tapajós ao interpretar a música Calundum de Mbóia da santarena Maria Lídia. "É a primeira vez que estou no Çairé, maravilha e emoção, vi muitos jovens aqui, é necessária essa participação, e é preciso que se aproximem mais, e a proposta da Prefeitura é válida, ao inserir os artistas do município e regionais nesta grande festa, e chegar isso aos jovens", destacou.
O esplendor do Rei do Carimbó, o Pinduca, exemplo de perseverança quanto acreditar na valorização da musicalidade paraense. Criou ritmos, como: Sirimbó, Lári-Lári, Lambada e Lamgode. A Majestade do Carimbó, que iniciou a apresentação na Vila com a música "Começou a Festa do Çairé" destacou que esteve na mudança de local do Çairé, e no atual lugar, no Lago dos Botos. "Eu vim para a inauguração e fiz a previsão, que dentro de três anos teríamos uma grande festa. O Çairé vai crescer e tornar um grandioso evento e concretizou", afirmou.
A acadêmica Rafaela Silva, de 29 anos, ficou maravilhada com as atrações dos shows. "Os artistas são simpáticos, e interagiram com o público, retratam a nossa beleza natural, a nossa arte, o nosso Çairé e nos fazem voltar ao passado, amei Lucinha e nosso Rei Pinduca", destacou.
Disputa do Botos
As duas entidades folclóricas, a Associação Folclórica Boto Cor de Rosa e o Grupo Sociocultural Boto Tucuxi vão defender neste sábado (23), respectivamente, os temas, "Arte do Som " e "A Expressão do Çairé". Serão avaliadas pelos jurados, as apresentações de 16 itens de cada Boto:
a) Item 01 – Apresentador
b) Item 02 – Cantador
c) Item 03 – Rainha do Çairé
d) Item 04 – Cabocla Borari
e) Item 05 – Curandeiro
f) Item 06 – Rainha do Artesanato
g) Item 07 – Boto Homem Encantador
h) Item 08 – Boto Animal Evolução
i) Item 09 – Rainha do Lago Verde
j) Item 10 – Carimbó
k) Item 11 – Organização do Conjunto Folclórico
l) Item 12 – Alegorias
m) Item 13 – Letra e Música
n) Item 14 – Ritual
o) Item 15 – Torcida
p) Item 16 – Sedução