O Grupo de Gestão Integrada para o Desenvolvimento Regional Sustentável (GGI/DRS), coordenado pela Prefeitura de Santarém, através da Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Tecnologia (Semdec) entregou nesta quinta-feira (21) à comunidade acadêmica e aos produtores rurais, o Laboratório de Genética da Interação, destinado a melhorar a produção, em especial a cultura da mandioca.
Patrocinado pela multinacional Cargill Agrícola S/A, o laboratório funciona no Núcleo de Bioativos da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) - Campus Tapajós, vinculado ao Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef). De acordo com o pesquisador da Ufopa e coordenador do laboratório, Professor Doutor Carlos Ivan Aguilar Vildoso, a partir da identificação que levou a problemas na produção da mandioca, na comunidade Boa Esperança (km 43 da Rodovia Santarém-Curuá-Una - PA-370), o laboratório vai trabalhar com a caracterização molecular de variedades de mandioca e macaxeira para selecionar o material mais resistente à entrada de patógenos causadores de doenças.
"Em 2014 os produtores vieram para resolver um problema que estavam tendo e não sabíamos exatamente a causa. Como resposta a esse desafio para o GGI, a Ufopa foi junto para saber a detecção do problema e confirmamos que se tratava de uma podridão causada por um fungo [podridão radicular seca]. Então não somente estamos trazendo a solução de fora, mas, aqui mesmo podemos encontrar essa solução. O problema é que as mandiocas se propagam muito devagar e pra isso precisava do laboratório de micropropagação, que foi a primeira fase entregue ano passado. Agora que estão saindo as plantas micropropagadas este laboratório vai confirmar a existência do patógeno e a caracterização de que realmente cada material que estamos entregando são essas variedades", explica o docente.
União de atores
O prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, destaca que este resultado é fruto da união entre diferentes atores - setor público, instituições de fomento à pesquisa, da assistência técnica, produtores rurais, iniciativa privada e instituições de ensino. Segundo Nélio, a participação de entidades e instituições prova que o GGI é o melhor caminho para se encontrar soluções aos problemas apontados.
"Esse laboratório é um exemplo prático do que é o GGI no momento em que sentamos com todo mundo, numa mesma sala, para discutir os problemas e apontar soluções para situações que travam nossa economia. Através dessa integração, nós conseguimos encontrar solução para um problema gravíssimo para nossa economia que estava inviabilizando a cultura da mandioca, trazendo grandes prejuízos para a agricultura familiar não só de Santarém, mas de Belterra e Mojuí dos Campos, até porque o GGI integra os municípios vizinhos", argumenta.
Comunidade acadêmica e grupos de agricultores atuarão de forma integrada para obter um novo sistema de produção da mandioca por micropropagação de mudas resistentes a doenças, como a podridão radicular seca. O objetivo é garantir, geneticamente, que os componentes entregues aos produtores para o cultivo estejam livres de patógenos.
Participaram da solenidade o reitor da Ufopa, Professor Doutor Hugo Diniz, o titular da Semdec, Ruy Corrêa, a coordenadora do GGI/DRS, Rosemary Fonseca, representantes da Emater, Sindicato Rural de Santarém, Biotec, estudantes e o gerente da Cargill, Alessandro Fernandes.