A Sala de Exposições Temporárias do Centro Cultural João Fona (CCJF) recebeu, na tarde desta quarta-feira (7), o resultado da oficina de mini réplicas da cerâmica Tapajônica, a Exposição Coletiva, organizada pela parceria entre a Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Semc), e artesãos ceramistas e demais pessoas com prévio conhecimento do assunto.
"Depois de passarmos por todas as etapas, desde o registro fotográfico das imagens originais, da limpeza da matéria-prima, a argila, o popular barro, a moldagem das peças, a queimação, a pintura de algumas e concluímos com esta exibição dos trabalhos finalizados. Dentro destes moldes, e primeira que tivemos um trabalho em grupo e com incentivo do governo municipal", destacou, o mestre na arte do saber popular, o ceramista Elves Costa.
"O planejamento, objetivos e metas foram, sem dúvida, alcançados e ultrapassamos a expectativa da produção de 25 a 75 mini réplicas. Dentre as peças, os vasos de gargalos, o ídolo de base semi-lunar e muiraquitãs. O muiraquitã é um dos símbolos místicos amazônicos, considerado o amuleto da sorte, a forma de sapo", especificou o ceramista.
O titular da pasta da Cultura no município, Luis Alberto Figueira, afirmou estar satisfeito com o evento. "O diferencial desta oficina foi a troca de experiências entre artesãos da área urbana e das comunidades interioranas, o qual fortalece o conhecimento, fomenta e divulga a arte da produção dos nossos antepassados, os índios Tapajó. E os participantes com prévio conhecimento ampliaram o saber na vivência durante a oficina com artesãos ceramistas de mais de 20 anos de atuação, exemplo, a artesã da comunidade Payssandu da área do Lago Grande, de 75 anos de idade, a Gertrudes dos Santos. E o governo municipal esteve parceiro em todas as etapas deste trabalho promissor de manter viva a nossa história cultural na arte da cerâmica Tapajônica", explicou o secretário de Cultura.
A estudante santarena Marinelza Silva diz ter ficado maravilhada pelos detalhes das peças. "Delicado trabalho e todos os participantes estão de parabéns pelo feito, dedicação e generosidade em partilhar a criatividade com o público visitante deste prédio público histórico", destacou.
Para a servidora do CCJF, Auriléia Lima, participante da oficina, houve dedicação em cada etapa. "A experiência foi maravilhosa, eu partilho com os visitantes o conhecimento da história das cerâmicas originais do acervo. Mas nunca pensei que pudesse produzir uma peça semelhante foi de grande relevância, e ver a minha contribuição criativa na exposição chega a emocionar, principalmente porque agregou ainda mais meu conhecimento teórico e agora prático", enalteceu a conquista.
A oficina correu no período de 23 a 29 de janeiro, e na conclusão os 14 participantes receberam certificados. O encerramento da Exposição Coletiva de mini réplicas da produção da cerâmica Tapajônica será dia 7 de março. A produção das réplicas será comercializada a preços variados, de R$ 10 a R$ 70.
O Centro Cultural João Fona fica localizado na Avenida Adriano Pimentel, s/n, bairro Prainha. Expediente, das 8h às 18 horas.