A equipe intersetorial que está prestando assistência aos venezuelanos refugiados em Santarém reuniu na tarde de segunda-feira (16), para buscar soluções que possam ajudar o grupo a curto, médio e longo prazo. O encontro, que contou com a participação de representantes da Prefeitura de Santarém, órgãos públicos, instituições religiosas, Ufopa e movimentos sociais identificou a necessidade de requerer apoio dos governos Estadual e Federal.
Atualmente há 44 venezuelanos no município, mas existe a previsão de que mais seis cheguem para integrar o grupo, subindo para 50 o número de refugiados em Santarém.
Durante a reunião, o cientista social da Semtras Pedro Meimberg sugeriu que fossem criadas comissões permanentes de: documentação, saúde, educação, trabalho e geração de renda, justiça e mediação de conflitos e estudos antropológicos para que os trabalhos junto ao grupo fiquem mais organizados.
Uma nova reunião ficou agendada para o dia 25 de outubro. Na ocasião, a Prefeitura repassará a equipe de assistência de que forma as esferas Estadual e Federal se propuseram a colaborar.
Também haverá um encontro, com data a ser definida, para tratar junto aos órgãos de proteção às crianças e adolescentes, formas adequadas de atuação quanto a ida das crianças com as mães ao Centro Comercial. Segundo pesquisas, os indígenas da etnia Waraos tem como estratégias de sobrevivência no contexto urbano, a prática de pedir, vender artesanato e receber doações.
Chegada a Santarém
Um grupo de 30 refugiados venezuelanos indígenas chegou a Santarém no dia 28 de setembro. Inicialmente o grupo ocupou a Praça da Bandeira, em frente a Igreja Matriz. Ao tomar conhecimento da situação, a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semtras) enviou imediatamente equipes do Conselho Tutelar e do Centro POP ao local. Em parceria com outras instituições ligadas aos povos indígenas, acolheu e prestou assistência ao grupo no Centro POP.
Após o primeiro atendimento, o grupo foi abrigado no Centro de Formação Franciscana, ligado a Diocese de Santarém, no bairro Jardim Santarém que se disponibilizou a recebê-los por 30 dias.
A Prefeitura está prestando assistência alimentar e social aos refugiados por meio dos equipamentos da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semtras). A Prefeitura de Santarém e a Funai, em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) por meio do Curso de Direito de Antropologia estão preparando um estudo técnico sobre os costumes e tradições deste povo.
Doações
A Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), continua ação de arrecadação de alimentos, roupas e materiais de higiene e fraldas para serem doados aos refugiados. As doações podem ser feitas de segunda a sexta-feira no na sala 108, da Unidade Amazônia.