Uma equipe da Divisão de Vigilância em Saúde (Divisa), da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) da Prefeitura de Santarém, viaja nesta segunda-feira (26), para a região do Tapajós, em um ação de vigilância epidemiológica e imunizações para o enfrentamento da febre amarela.
A equipe deve permanecer no local até o dia 31 de agosto, visitando cerca de 39 comunidades da área, sendo que a ação será realizada através de uma parceria entre a Semsa, 9º Centro Regional da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa) e Distrito Sanitário Indígena (DSEI). O objetivo será intensificar a vigilância junto aos moradores daquela região contra a febre amarela silvestre, especialmente após a morte confirmada pela doença de um indígena de 51 anos, que era morador da comunidade de Paricatuba.
Na ocasião, a equipe deve estabelecer medidas de prevenção e promoção de saúde, através da vigilância epidemiológica, entomológica e de imunização, assim como a mobilização da população nas ações educativas chamando a atenção para a importância da vacinação e as principais medidas de prevenção da doença. "Será uma visita técnica onde faremos o acompanhamento e o monitoramento das ações de vigilância e imunização. Faremos a vacinação dos moradores das comunidades, para alavancar a cobertura vacinal, protegendo essas pessoas", ressaltou a coordenadora do setor de vigilância epidemiológica da Divisa/Semsa, enfermeira Edna Gadelha.
Edna Gadelha informou que a equipe da Semsa deve aproveitar a oportunidade para aumentar a cobertura vacinal da população daquela área. "Vamos aproveitar a oportunidade para fazer uma grande ação de imunização na região. Esse é nosso objetivo enquanto Secretaria de Saúde e a secretária Dayane Lima está dando total apoio para podermos melhorar cada vez mais os atendimentos à população tanto da cidade quanto do interior", destacou.
Além da vacina contra a febre amarela, as equipes vão disponibilizar vacinas contra o sarampo, tétano, e outras do calendário vacinal. Serão realizadas ainda educação em saúde e a busca ativa de possíveis casos.
Dados
De acordo com dados divulgados pela regional da Sespa em Santarém, nos últimos 3 anos foram registrados 4 casos de febre amarela em Alenquer, 2 casos em Monte Alegre, 2 em Itaituba, 1 em Aveiro, 1 em Juruti, 1 em Óbidos e 1 mais recente em Santarém (em julho deste ano).
A febre amarela silvestre é uma doença infecciosa febril aguda, causada pelo vírus da febre amarela. A doença é comum em macacos, que são os mais afetados pelo vírus. A diferença entre as variantes silvestre e urbana é o vetor de transmissão: na cidade a doença é transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue, zika e chikungunya. Na mata, os mosquitos do gênero Haemagogus transmitem o vírus. Apesar disso, o vírus transmitido é o mesmo, assim como a doença resultante da infecção.
Seus sintomas iniciais são febre com calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores musculares, vômitos e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença, podendo vir a óbito.
A vacinação e a eliminação de criadouros do mosquito vetor são as formas mais eficazes de prevenir a doença, além do uso de repelentes e mosquiteiros.