O destaque desta semana na série "Turismo de Base Comunitária" vai para a comunidade Santa Cruz que possui na produção da cultura do milho grande potencial turístico e gastronômico. Com uma população de 364 habitantes, 109 famílias cultivam o produto. Todos os anos realizam o tradicional Festival Gastronômico do Milho que movimenta a economia e gera lucro para a região.
O festival é uma das maiores manifestações culturais e turísticas da localidade. Este ano está na 6ª edição, e acontecerá nos dias 26 e 27 de maio, no Barracão Comunitário. A comunidade se prepara o ano todo para a chegada do evento que gera uma renda substancial revertida para melhorias na infraestrutura da comunidade.
A cada ano um agricultor é escolhido para ficar responsável pela plantação do milho e tem a missão de negociar a produção por um valor acessível, que é comprada pela Associação Comunitária de Agricultores, Produtores Rurais, Criadores e Extrativistas de Santa Cruz (Acapruce), entidade que coordena a festividade. Para 2018, o comunitário e produtor rural, Ronan Moura, é o responsável pela produção e a receita será destinada para melhorias na Igreja, na cozinha do barracão.
A produção transforma-se em pratos da culinária regional e nacional. A especialidade da comunidade é o vatapá de milho, adaptado pela presidente da comunidade, Marlinete Santos. A receita é tradicional, subtraído somente o trigo. Outros produtos também são vendidos no evento como a pamonha doce e salgada, milho cozido, canjica, pão, rosca, broa, creme salgado, creme de doce gelado, creme salgado, torta salgada, pizza e dentre outros. Acontecem também concursos de rainha, danças e o tradicional almoço à base de galinha caipira e assado de panela. Os visitantes e turistas podem agendar o almoço durante o ano.
Além de divulgar as potencialidades da gastronomia local e o cultivo da produção do milho, o evento é uma motivação para os comunitários com intuito de adoção de novas tecnologias e o aumento da produção.
A comunidade Santa Cruz fica distante 37 quilômetros da área central de Santarém, sendo 28 quilômetros pela PA 370, rodovia estadual Curuá-Una, entrando à direita na comunidade Poço das Antas e percorrendo mais 4,2 quilômetros de estrada não pavimentada.
Foi fundada em 1930, com a denominação de Iticapurú, que com o passar do tempo, foi substituído pelo nome do pássaro Santa Cruz, pois em 1957 existia muitas espécies na região que hoje são mais vistos na várzea de Murumurutuba, comunidade próxima a Santa Cruz.