O Salão do Barão nas dependências do Centro Cultural João Fona (CCJF) ficou lotado na aula pública que teve como tema: "Luto e revolta pelo incêndio do Museu Nacional", na tarde de terça-feira (19). Doutores, Mestres, acadêmicos e público em geral debateram sobre o incêndio de grandes proporções, ocorrido no dia 9 de setembro no Museu Nacional no Rio de Janeiro.
A dinâmica foi organizada em conjunto pela Prefeitura de Santarém, através da Secretaria Municipal de Cultura (Semc) e Programa de Antropologia e Arqueologia (PAA) do Instituto de Ciências da Sociedade (ICS) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). 80 pessoas participaram da aula temática.
Dentre os relatos, o professor e doutorando da Ufopa, espanhol e naturalizado brasileiro, Miguel Aparício destacou a experiência dele no Museu Nacional. Ele trabalha no laboratório de pesquisa em etnologia.
"Eu participo especificamente do laboratório na área com destaque a antropologia simétrica, referência em produção antropológica relevantes em nosso país. Sem dúvida o Museu Nacional é a casa da ciência para todos os brasileiros, a queima não é apenas uma tragédia a academia, um ou outro ou ao conjunto de pesquisadores, mas a casa que agrega a história dos brasileiros. A tragédia, penso nas pessoas com trabalhos de 20 anos de trajetória, os escritos, os arquivos, a Biblioteca que foram consumidos pelas chamas. Da minha área antropologia, a média de 200 mil livros foram consumidos pelas chamas, imagine as demais áreas", disse emocionado.
O acadêmico do curso da arqueologia Maurício Rabelo destacou a grandiosidade, da aula para reforçar o futuro profissional e de cidadania ao resguardo do patrimônio histórico. "Importantíssima os relatos dos profissionais junto ao Museu Nacional, as falas principais que achei interessante foram sobre como podemos ajudar o Museu, quanto a preservação. Eu como acadêmico do curso de arqueologia da Ufopa já estou contribuindo com o acervo do Centro Cultural João Fona, prossigo com o trabalho de catalogação de alguns artefatos, especificamente do detalhamento das peças, primeiro fotografo, faço a medida, e com uso de um microscópio verifico o detalhamento dos desenhos".
Os eixos de debates e reflexões na aula foram o incêndio do Museu Nacional e as coleções do Oeste do Pará.; O Museu Nacional a partir do olhar de seus pesquisadores e os processos de musealização e patrimonialização na nossa região.
Os servidores públicos municipais do Centro Cultural João Fona também participaram.
A chefe de Seção do Centro Cultural João Fona Patrícia Chaves destacou a importância desse debate. "Excelente essa parceria em reforçar o zelo em resguardar o patrimônio histórico cultural. O governo municipal sempre está atento ao Centro Cultural, aqui temos a vigilância interna 24 horas, extintores de incêndio, apoio da vigilância da Polícia Militar e o prédio passaram por restauro e manutenção completa em agosto de 2015", reforçou.