O Seminário "Amazônia em Sintropia - Ciência, Agricultura e Floresta” foi realizado na manhã desta quinta-feira (12), no auditório do Ministério Público Estadual de Santarém. O principal objetivo foi apresentar novos modelos de agricultura sustentável que integram produção, floresta e meio ambiente com redução de custos e aumento de produtividade. O evento foi promovido pelo Ministério Público do Pará, Projeto Saúde e Alegria e Universidade Federal do Oeste do Pará.
O seminário contou com a participação do geneticista e pesquisador Ernst Gotsch, criador do modelo de Agricultura Sintrópica, o cientista Antônio Donato Nobre, agrônomo com mestrado em Biologia Tropical (Ecologia) e Phd em Earth System Sciences (Biogeochemistry), e o engenheiro agrônomo e agricultor Rogério Vian, membro da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), do Instituto Goiano de Agricultura (IGA), da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO) e da APROSOJA Brasil, além de presidente e um dos fundadores do GAS - Grupo de Agricultura Sustentável.
O secretário Municipal de Agricultura e Pesca, Bruno Costa, esteve no evento representando o prefeito de Santarém Nélio Aguiar. O titular da Semap avaliou o seminário de forma positiva. "Foi um evento importante para discutirmos e entender de que forma podemos produzir uma agricultura mais sustentável que não afete principalmente a floresta”, disse.
Modelo de agricultura sintrópica
Durante o evento, foi apresentado o modelo de agricultura sintrópica do pesquisador Ernst Gotsch, termo este designado a um sistema de cultivo agroflorestal (SAF) baseado no conceito de sintropia - principio contrário ao de entropia - caracterizado pela organização, integração, equilíbrio e preservação de energia no ambiente.
De acordo com o pesquisador, a Amazônia vem chamando a atenção do mundo pelos recentes incêndios florestais e aumento nos índices de desmatamento. Para ele, há muito o que se discutir sobre do que resulta o atual quadro da região e sobre novos caminhos para superar a falsa dicotomia entre meio ambiente e desenvolvimento.
“É um evento muito importante, tanto para os pequenos agricultores, quanto para os maiores. Trazemos um modelo que integra a um sistema de produção em harmonia com o meio ambiente. Esse é o nosso objetivo: mostrar que manter a floresta em pé com uma agricultura sustentável é possível”, ponderou.
Para o coordenador do Projeto Saúde e Alegria, Caetano Scanavino, que atua em comunidades da Amazônia com programas de desenvolvimento integrado nas áreas de organização social; saúde; saneamento básico; direitos humanos; meio ambiente; geração de renda; educação; cultura e comunicação, a agricultura, para ser considerada sustentável, deve garantir às gerações futuras a capacidade de suprir as necessidades de produção e qualidade de vida no planeta.
“Sabemos que a Amazônia é peça chave para a regulação do clima no planeta e ao mesmo tempo a floresta em pé tem enorme potencial econômico ainda a ser explorado. Precisamos debater sobre quais reais oportunidades estão abertas para o convívio com a Amazônia, com atividades econômicas modernas que reduzam seu impacto sobre a floresta e aumentem sua produtividade”, disse.
Além dos palestrantes e do secretário de Agricultura e Pesca, Bruno Costa, o evento contou com a presença da promotora do MP, Lilian Regina Furtado Braga, Marcos Prado Lima, representante da Ufopa, além de estudantes e agricultores.