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Cantata da Natividade emociona público com releitura amazônica no Natal Iluminado de Santarém Autor: Agência Santarém

Cantata da Natividade emociona público com releitura amazônica no Natal Iluminado de Santarém

Weldon Luciano
Publicado em - Atualizado
Espetáculo é uma iniciativa do Grupo Teatral Kauré, em parceria com a Prefeitura de Santarém.

A Praça de Eventos da Avenida Anysio Chaves foi tomada por música, cores e emoção na noite deste domingo (21), durante a apresentação da Cantata da Natividade, que integrou a programação oficial do Natal Iluminado em Santarém. O espetáculo é uma iniciativa do Grupo Teatral Kauré, em parceria com a Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (SEMC).

Em sua quarta edição, a cantata narra o nascimento de Jesus Cristo a partir de uma perspectiva amazônica, incorporando elementos da cultura afro-ancestral e ribeirinha que compõem o imaginário santareno. Carimbó, marambiré, lundum, brincadeiras de roda e referências ao universo das águas conduzem o público a uma releitura sensível e identitária do Natal.

Para a secretária municipal de cultura, Priscila Castro, o espetáculo reforça o papel da cultura como elo entre tradição, fé e pertencimento.

“O Natal Iluminado é mais do que uma programação festiva. Ele é um momento de encontro da cidade com suas raízes, com a fé e com a arte produzida aqui. A Cantata da Natividade traduz exatamente isso, um Natal que fala a nossa linguagem, que respeita nossas tradições e valoriza nossos artistas e enfatiza real o sentido do Natal”.

O coordenador de eventos da SEMC, Francisco Vera Paz, destacou o desafio e, ao mesmo tempo, a potência de aproximar a narrativa bíblica da realidade amazônica.

“Percebemos que tanto a narrativa bíblica quanto a cultura amazônica têm uma força de universalidade que permite esse encontro. Assim, conseguimos contar o Natal com nossos carimbós, marambires, lunduns, brincadeiras de roda. A gente sonha um Jesus brincante, que toma banho de rio, cujo pai é barqueiro e a mãe é lavadeira. A ideia é que o público não apenas assista, mas se reconheça dentro da própria história.”

Francisco também ressaltou a concepção cenográfica do espetáculo, assinada pelo artista e chefe da Divisão de Patrimônio da SEMC, Anderson Pereira, com colaboração de Maelson Rocha.

“O colorido é o grande elemento desse ano. Trouxemos bois, catraias, Sairé, chapéus, fitas e uma visualidade que remete ao universo das águas. Temos aqui um presépio amazônico, vibrante e original, que dialoga com a nossa cultura popular.”

Integrante do Grupo Kauré, Kennedy Harilal celebrou a experiência de participar da cantata e estrear na narração do espetáculo.


“É uma alegria enorme fazer parte dessa produção e estou estreando na narração. O envolvimento do público foi incrível. Trabalhar com músicos renomados e artistas maravilhosos é motivo de muito orgulho. Santarém merece um Natal assim, realmente iluminado.”

Kennedy também destacou a proposta do grupo de sempre aproximar as grandes narrativas da realidade local.

“Todo mundo já conhece a história do Natal, mas o que cativa é a forma de contar. Trazer o Marambiré, o Sairé, as músicas autorais, os banhos de cheiro, os magos com presentes regionais, tudo isso faz com que a gente se identifique e pense que essa história poderia ter acontecido aqui. Essa é a essência do Grupo Kauré em contar histórias universais a partir da nossa Amazônia.”

A Divisão de Patrimônio da Secretaria de Cultura de Santarém esteve nessa parceria junto com a Divisão de eventos fortalecendo a cultura popular.

“As nossas histórias se fazem presentes, são uma riqueza material e imaterial que mostram a potencialidade de cultura que a nossa região possui. Este espetáculo é uma maneira poética de dizer que na Amazônia, através dos nossos saberes e artes, as esperanças se renovam, a presença de Cristo se faz presente dentro das nossas celebrações”.

O Natal Iluminado de Santarém segue até o dia 6 de janeiro, com uma programação que inclui apresentações culturais, ações comunitárias e a Feira Natalina. A iniciativa consolida a cidade como um espaço de celebração, cultura e encontro, reafirmando que, na cidade dos rios, o Natal também chega pelas águas, carregando história, ancestralidade e o orgulho de ser Amazônia.

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