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Çairé 2023: inovação marca a tradição da apresentação dos idosos do CRAS Alter do Chão no Lago dos Botos Autor: Agência Santarém

Çairé 2023: inovação marca a tradição da apresentação dos idosos do CRAS Alter do Chão no Lago dos Botos

Geisa de Oliveira
Publicado em - Atualizado
Este ano, alguns adolescentes do SCFV estiveram participando.

Como já é tradição os idosos usuários do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Alter do Chão, estiveram na noite de quinta-feira, 14, realizando mais uma belíssima e contagiante apresentação na programação do Çairé 2023, no Lago dos Botos. A apresentação iniciou com a leitura do histórico do CRAS. A novidade deste ano foi a participação dos adolescentes do (SCFV), como forma de compartilhar a tradição repassada de geração em geração.

 

 

Acompanhados pela banda Espanta Cão de Alter do Chão, mais de 100 pessoas do SCFV entre idosos e adolescentes levaram apresentação de danças com os componentes do rito religioso.

 

 

De acordo com Juliana Machado, coordenadora do CRAS Alter do Chão, o objetivo da apresentação da dança do grupo da pessoa idosa na abertura do Çairé 2023, junto com seus descendentes, é inspirar uma profunda reflexão sobre a essência de transmitir a rica cultura local às gerações vindouras.

"Queremos assegurar que o legado cultural seja preservado e fortalecido, tornando esta grandiosa festa de celebração da nossa cultura local ainda mais vibrante e significativa. Foi mais um ano de uma linda e contagiante apresentação ao lado dos componentes do rito religioso, conectando passado, presente e futuro em uma emocionante celebração de nossas raízes", disse a coordenadora.

Os participantes dançaram ao som de Espanta Cão o Lundum, Marambiré, Curimbó e a Desfeiteira que mais uma vez fez o público dar boas risadas.

Sobre a Desfeiteira: esta dança folclórica de caráter humorístico foi trazida pelos escravos e depois reproduzida pelos índios paraenses que habitavam a aldeia dos Borarís em Alter do Chão. Era praticada nos barracões após o dia de trabalho, onde cantando, dançando e tocando suas próprias criações artísticas os participantes divertiam-se. A denominação desfeiteira origina-se pelo fato de que, em determinado momento da dança, a “música” para de tocar e o dançarino que estiver na frente do conjunto é obrigado a declamar um pequeno verso para seu par, onde mesmo lhe responderá também em verso.

 

A apresentação, também, contou com uma homenagem à professora Olenice de Jesus Vieira Borari, por sua notável dedicação à educação especial e sua profunda conexão com as tradições culturais de sua comunidade na Aldeia dos Boraris, em Alter do Chão, além de sua carreira educacional, a professora Olenice também é uma guardiã das tradições do Çairé, uma festa que é parte fundamental da identidade deste lugar.

 

A professora Olenice contribuiu com o CRAS Alter do Chão, ensinando danças tradicionais aos grupos de idosos que se apresentam na abertura do Çairé. Ela não esteve presente, devido a problemas de saúde, mas recebeu a homenagem de seu esposo Raimundo Emídio (Amarelinho) e familiares.

“Eu senti felicidade, entusiasmo, muita alegria, tudo é vida", contou João Batista que estava pela primeira vez participando da dança.

Itaguary Garcia de Jesus, de 76 anos, contou que nem mesmo a solidão de ter perdido sua esposa o impediu de estar fazendo sua apresentação.

"Eu participo dessa dança todos os anos, eu dançava com minha esposa, só que a maldita da Covid a levou, estou agora viúvo, mas todos os anos estou aqui, com muita energia e vou até o fim, se Deus quiser".

O evento contou com a presença da Secretária de Estado de Cultura, Úrsula Vidal, e do secretário regional de Governo do Baixo Amazonas, José Maria Tapajós.

"O Çairé é uma das festas religiosas da cultura popular mais importantes do estado do Pará, a mais antiga de que se tem notícia. Nós paraenses somos inteiros dançantes, os nossos corpos são dançantes, não é porque a idade chega que a gente vai deixar de se exercitar através do corpo, esse amor pelos nossos ritmos, pela nossa cultura, eu acredito que é nessa fase em que a gente tem mais tempo para curtir, e que a gente liberta esse amor pela cultura com essas pessoas que têm mais idade, nos mostrando o caminho da valorização as nossas tradições", avaliou Úrsula.

"Tradicionalmente, os nossos usuários se apresentam todos os anos, nós estamos comemorando os 50 anos de retomada do Çairé, os idosos participam todos bem arrumados, animados, e para nossa alegria, hoje, contamos com a presença dos nossos adolescentes, reforçando a cultura, a tradição, e a gente fica cada vez mais feliz em poder fortalecer a nossa cultura de Alter do Chão que é muito importante estarmos contribuindo com essa apresentação", observou Celsa Brito.

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