Há cerca de uma semana, equipes da Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), estão in loco às margens dos igarapés do Urumari e Irurá. O objetivo é fazer o levantamento das famílias que vivem dentro das Áreas de Proteção Permanente (APP).
“A intenção é saber a quais riscos aquela população está exposta na margem do igarapé. Seja por enchente, por contato com animais silvestres, peçonhentos e até contaminação com a água. Porque a maioria deles não têm nem rede da Cosanpa, então eles perfuram poço ou utilizam a água do igarapé, só que todas as águas servidas das casas que a gente visitou, toda a tubulação, vai para o igarapé. Eles não têm fossas, sumidouros, e há ainda a contaminação que vem por resíduo sólido, lixo comum, que as pessoas jogam no igarapé e acaba havendo essa contaminação”, explicou Thainá Cunha, chefe do Monitoramento Ambiental.
Áreas de Preservação Permanente (APP) são protegidas pela Lei 12.651/2012 e dispõe do cuidado com áreas, cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Essas áreas estão localizadas ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água.
A ideia é que o levantamento seja finalizado em 30 dias e que, a partir desse período, um outro grupo seja criado para estudar as possíveis soluções, ajustes e melhorias na qualidade de vida da população daquela área. Cerca de 10 pessoas atuam na pesquisa que será realizada nos bairros: Urumari, Uruará, Área Verde, Santo André, Jutaí, São José, Ipanema, Diamantino, Mararu, Maicá, Pérola do Maicá, Santana, Vigia e Interventoria.
“Tem áreas que são totalmente vegetadas, tem casas isoladas e tem áreas urbanizadas, muitas casas em um quarteirão só, então é um trabalho bem minucioso que vai possibilitar que atitudes sejam tomadas para diminuir os riscos que correm a população daquelas áreas. Vale ressaltar que a ideia é só fazer um levantamento, não estamos lá para licenciar ou fiscalizar", esclareceu o secretário de Meio Ambiente, João Paiva.