O Workshop aconteceu no auditório do Centro Universitário da Amazônia - Unama pólo Santarém durante a quinta-feira (28) para esclarecer o Refúgio no Contexto Brasileiro e Amazônico: Fenômenos e Corresponsabilidades”.
A Prefeitura de Santarém e a Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtras) em parceria com a Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) foram idealizadores do evento.
O Workshop foi alusivo aos dois anos de implantação da Casa de Acolhimento para Adultos e Famílias (CAAF), abrigo que acolhe os refugiados da Venezuela indígenas da etnia Warao desde 2017 quando um pequeno grupo de 30 pessoas em sua maioria crianças chegou em Santarém. De lá pra cá o município já acolheu aproximadamente 600 refugiados.
O evento destacou as questões do fator migratório com as peculiaridades do nosso município; o Combate à xenofobia; e a integração da população santarena ao público de refugiados e migrantes.
De acordo com a Assessora Técnica da Semtras, Gabrielle Andrade, a Prefeitura de Santarém por meio da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social teve o desafio de acolher essas pessoas, instituir um abrigo, montar uma equipe e organizar de tudo, desde a alimentação, até os encaminhamentos para o acesso aos serviços. “E assim foi, já estamos nesse trabalho há dois anos, e por isso desenvolvemos o projeto Santarém Acolhedora, Santarém é uma cidade que acolhe venezuelanos, cearenses, diversos tipos de grupo e etnias e não poderia deixar de acolher essas pessoas que estão passando por tanta vulnerabilidade social, e contamos com importantes parcerias como ACNUR e UNICEF, pois há dois anos estamos acolhendo esse público com desafios enfrentados e conquistas alcançadas.”
A coordenadora da CAAF Juliana Fialho avaliou os dois anos. “Já caminhamos em dois anos, 20 anos, superamos desafios, avanços em tudo, tecnicamente, estrutura, conhecimento em acolhimento. Esse evento foi a culminância de toda essa vivência oportunizando a sociedade a conhecer esse novo fenômeno social”.
Três indígenas participaram do evento e aproveitaram para expor seu artesanato.
Sebastian Roa oficial de campo da ACNUR Agência da ONU para Refugiados foi um dos palestrantes do evento e observou que o momento foi de reflexão de avanços de avaliações, esse processo de acolhimento de Santarém nesses dois anos dessa população, o que se aprendeu, o que deu certo, o que deu errado. “Avaliamos que deu muito mais certo do que errado, o acolhimento no município. Viemos justamente discutir os novos desafios nesse contexto que é a questão da saúde da população indígena que estão dentro dos centros urbanos e que buscam uma atenção diferenciada.”
Antonio Carlos Cabral oficial especialista em saúde HIV e Primeira Infância no UNICEF na Amazônia Legal brasileira também avaliou o acolhimento. “Mais um momento em Santarém o UNICEF vem na medida do possível participando de todas as discussões que estão acontecendo aqui diante da questão do corredor migratório e hoje viemos aprofundar essa discussão de acordo com os encaminhamentos que tivemos na nossa última missão em Santarém. Essa oficina tem um caráter especial para nós do UNICEF que estamos comemorando os 30 anos da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente.”
Estiveram presentes representantes da Defensoria Pública da União, do estado, OAB Subseção Santarém, Conselho Municipal de Assistência Social (CMASS), Secretarias Municipais de Educação, Saúde e Assistência Social, Centro Universitário da Amazônia UNAMA Santarém, Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Instituto Federal do Pará, acadêmicos e Comitê Indígena.