Autora: Geisa de Oliveira
Idealizado pela prefeitura de Santarém por meio da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtras), e a Casa de Acolhimento para Adultos e Famílias (Caaf), o projeto Monakitane Yakeraja Jakitane (Em busca de um futuro melhor), conta com a parceria do Ministério Público do Trabalho (MPT) e vislumbra o fomento do trabalho artesanal pelos venezuelanos indígenas da etnia Warao. O projeto está em sua segunda etapa de atividades realizadas periodicamente com os indígenas. Para a coordenação, a primeira etapa foi considerada um sucesso, com a produção de redes, paneiros e bijuterias para a exposição.
Juliana Fialho, coordenadora da Caaf explica que a estratégia do projeto, nasceu nos primeiros atendimentos realizados em 2017. “Foi um meio encontrado após constatação sobre a necessidade de empoderar esse público para a superação da situação de vulnerabilidade social por meio da construção da autonomia individual e coletiva, objetivando uma melhor adaptação destes ao novo país”, esclareceu.
A pedagoga da Caaf, Albany de Brito Pinto Lopes, observou que os indígenas da etnia Warao têm a cultura artesanal muito forte. “É importante, pois além de desenvolver a autonomia coletiva e individual dos mesmos, houve ainda o incentivo a preservação e valorização da identidade cultural deste povo por meio do fomento do seu artesanato”, afirmou a pedagoga.
Nessa segunda edição foram realizadas três oficinas de educação financeira, que ocorreram em janeiro e fevereiro deste ano.
De acordo com o Haroldo Gonzaga Pontes Baranda Filho, assistente social da Casa, as oficinas focaram nos seguintes temas: O que é educação financeira; A importância da educação financeira na sua vida e Capital de giro. Todas com abordagem lúdica e multidisciplinar. “Os indígenas foram muito participativos em todas as oficinas, o que contribuiu para criar neles um desenvolvimento da autonomia financeira”, avaliou Haroldo.
O artesão Omar Moraleda, indígena da etnia Warao, agradeceu a iniciativa do projeto. “Esse momento trouxe para nós uma oportunidade de mostrar o nosso trabalho, e com ele ter uma renda e saber o que fazer com esse dinheiro. Foi bom o incentivo de produzirmos nosso artesanato e vendê-los, deixando de ir para as ruas fazer a coleta” (fala traduzida para o português).
A Secretária Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtras) Celsa Brito agradeceu a parceria do MPT na continuidade desse projeto. “É muito importante esse apoio do MPT e nós agradecemos por poder continuar a realização do projeto, assim eles são incentivados a criar autonomia por meio de suas produções, para que no futuro possam prover o sustento de suas famílias”, disse a secretária, elogiando o material produzido pelos indígenas.
O Ministério Público do Trabalho, através da Procuradora Tatiana Amormino, destinou recursos no valor de R$ 12 mil reais para a compra de materiais para confecção de artesanatos típicos do grupo, como redes, bijuterias e outros. Inicialmente nessa segunda edição, foram entregues linhas, agulhas, punhos de rede e miçangas para 34 artesãos.