“Durante o Festival há todo o envolvimento da comunidade, sendo que as unidades usadas na culinária durante a programação são retiradas do Projeto de Manejo do Pirarucu de Santa Maria do Tapará”
Criação do pescado é realizada em tanque artificial e lagosA Comunidade Santa Maria do Tapará vive neste sábado (16) e neste domingo (17) o 13º Festival do Pirarucu. Na localidade é desenvolvido o projeto de manejo da espécie que conta com o apoio da Prefeitura de Santarém, via Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma).
Em Santa Maria do Tapará, a criação do pescado é realizada em tanque artificial e lagos há quatro anos. Em 2016, ocorreu a ampliação da iniciativa quando os comunitários receberam doação de 100 alevinos.
Espécie é bastante encontrada nos rios da Amazônia.“O Festival ocorre todo o mês de novembro. Contempla, justamente, todo o período de vigilância e cuidados dos lagos da comunidade, onde há a presença da espécie”, informou o presidente da Associação de Moradores da Comunidade Santa Maria do Tapará, Raimundo Sousa.
Amarildo Sousa é um dos comunitários que arregaçou as mangas e tem muito orgulho de fazer parte do projeto: “Temos todo um processo de organização. As famílias se reúnem, junto com a direção da associação de moradores e planeja trabalhar o manejo, especialmente em cima do festival”.
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Durante o Festival do Pirarucu há todo o envolvimento da comunidade, sendo que os pirarucus usados na culinária durante a programação são retirados dos lagos que banham a localidade e parte serve como alternativa de renda.
Dentre os pratos preparados pelos comunitários está a ventrecha de pirarucu assada, desfiado de pirarucu, mujica de pirarucu e o espetinho de pirarucu.
Em abril deste ano, durante a despesca, foram retirados aproximadamente 500 quilos. Sendo que parte é vendida nos mercados e diretamente aos restaurantes da cidade. A renda é revertida em 20% para a Associação de Moradores e 80% dividido entre os comunitários, além de ser aplicado no melhoramento do manejo.
“A Semma sempre tem acompanhado as comunidades aqui da região do Projeto de Assentamento Agroextrativista Tapará (PAE Tapará). O órgão tem uma agenda ambiental, especialmente na Comunidade Santa Maria do Tapará que leva esse projeto de manejo do pirarucu de forma sustentável”, ressaltou o chefe de fiscalizações da Semma, Arlen Lemos.
O defeso da espécie começa no dia 1º de dezembro, mas os exemplares criados em tanques podem ser comercializados desde que apresentada a autorização da despesca. O documento pode ser emitido por qualquer órgão ambiental.
Pirarucu
O pirarucu (Arapaima gigas) é um dos maiores peixes de águas doces fluviais do Brasil. Pode atingir três metros de comprimento e seu peso pode ir até 200 kg.
É encontrado na bacia amazônica, mais especificamente nas áreas de várzea, onde as águas são mais calmas. O nome popular tem origem dos termos tupis: pirá, "peixe" e urucum, "vermelho", devido à cor da cauda do animal.
Pesca no defeso é crime
Segundo a Lei n° 10.779, de 25 de novembro de 2003, alterada pela Lei n° 13.134, de 14 de junho de 2015, a pesca irregular durante o defeso sujeita o infrator à perda do produto capturado, apreensão dos materiais de pesca e multa que varia entre R$ 700 a R$ 100 mil, com acréscimo de R$ 20 por quilo do produto apreendido.
Denuncie
Quem fizer o flagrante, registrar o criminoso ambiental no momento da infração ambiental com fotos ou vídeos, assim como identificar nomes, endereço e encaminhar a denúncia aos órgãos competentes.
Conforme à Lei Federal Complementar n° 140/2011, podem atender as demandas de crimes ambientais qualquer um dos seguintes órgãos: 1ª Companhia Independente de Policiamento Ambiental (1ª Cipam)/Polícia Militar, via NIOP (190); Delegacia de Meio Ambiente (Dema)/Polícia Civil (PC), via 181; Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), pelos fones: (93) 3524-7450/7452/7453; Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), pelo (93) 3522 5452; e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), via "Linha Verde": 0800 618080.
É a partir da denúncia que qualquer um dos órgãos poderá tomar as providências cabíveis; pois é no ato do registro, diretamente aos órgãos, que o cidadão prestará o máximo de informações para se chegar aos responsáveis pelo crime.