Projeto Quelônio nas Águas é desenvolvido pelos próprios comunitários de Correio do Tapará de forma voluntária.
A proteção dos quelônios na Amazônia é um desafio para todas as gerações. Por isso, a Comunidade Correio da Tapará uniu esforços e realizou ao longo deste sábado (11) a soltura de 1 mil quelônios. A iniciativa faz parte do "Projeto Quelônio nas Águas".
São parceiros e participaram da ação de hoje a Prefeitura de Santarém, por meio das Secretarias de Municipais de Meio Ambiente (Semma), Turismo (Semtur) e Educação (Semed); além da Câmara de Vereadores de Santarém; Colônia de Pescadores Z-20; Instituto de Pesquisa da Amazônia/Baixo Amazonas (Ipam/Bam) e Sociedade para a Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente (Sapopema).
Desde o início das capturas dos animais, há cinco anos até a última soltura milhares de filhotes já foram devolvidos ao Rio Amazonas. "O Projeto é desenvolvido pelos próprios comunitários de Correio do Tapará de forma voluntária. A partir de setembro de cada ano, quando as espécies começam a desovar nas praias da localidade, os comunitários levam os ovos para um berçário artificial. Daí, são acompanhados até os filhotes nascerem, deixamos num tanque e oito meses depois realizamos a soltura no Lago Kuriquara, aqui da nossa comunidade", relata o coordenador do Projeto João Mário Sousa.
A comunidade Correio do Tapará, assim como outras regiões da Amazônia, sofre com crimes ambientais como a pesca predatória.
Por isso, a Semma tem montado operações para combater a questão: "Já estivemos em várias ações de fiscalização nesta área com os órgãos de segurança. Inclusive já fizemos a apreensão de material de pesca e resgate de animais. Estamos trabalhando nas comunidades o fortalecimento da preservação com a distribuição de placas e atividades de educação ambiental", destacou a secretária de Meio Ambiente, Vânia Portela.
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"A participação comunitária está de parabéns. Eles próprios têm tomado a iniciativa com a execução de projetos, a exemplo da preservação dos quelônios e outras comunidades de Santarém que tem trabalhado espécies como o pirarucu e o tambaqui. É importantíssimo o envolvimento de todos para a consciência ambiental", ressaltou o prefeito de Santarém Nélio Aguiar.
O projeto, de iniciativa dos moradores da comunidade, é desenvolvido desde 2012 e tem como finalidade contribuir com a preservação de quelônios na região. A busca pela perpetuação desses animais iniciou após os comunitários observarem a diminuição das espécies nos rios e lagos da localidade.
Desde a primeira soltura já foram reintegrados à natureza cerca de 8 mil quelônios. A desova geralmente inicia no mês de setembro, então são retirados os ovos das praias e transpassados para tabuleiros artificiais para protegê-los da ação de pássaros e do homem.
Cada ovo recebe uma identificação com número e data da retirada. Por volta do mês de dezembro começam nascer os filhotes; então, são transportados para um tanque e entre fevereiro e maio do ano seguinte é feita a soltura nos rios e lagos que banham a comunidade
A Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/98 prevê que quem matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécies da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização dos órgãos ambientais, receberá multa no valor R$ 5 mil por unidade de animal pego com o criminoso.
Denuncie
As denúncias podem ser feitas a qualquer órgão ambiental ou de segurança, segundo a Lei Federal Nº 140. À Semma, o cidadão pode se dirigir até a sede do órgão ambiental, situada na Av. Silva Jardim, nº 370, bairro Aldeia. Ou ligar para (93) 3522 5452, em horário comercial. A identidade do cidadão será mantida em absoluto sigilo.