O projeto "Educar para Salvar" lançado nesta sexta-feira (5) pela Secretaria municipal de Educação (Semed) pretende levar mais segurança para os professores que atuam na rede municipal de Ensino. A execução é em cumprimento à Lei 13.722/2018 cujo texto recebe o nome de Lei Lucas, em homenagem ao garoto Lucas Begalli Zamora, de 10 anos, que morreu em setembro de 2017, no município de Campinas (SP), ao se engasgar com um lanche durante um passeio escolar. No município de Santarém, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) fará capacitações com 410 professores da Educação Infantil, priorizando os 8 Cemeis do município com atendimento de berçário e já inicia no final do mês de abril.
"É importante destacar que antes mesmo da exigência dessa lei, o setor já vinha planejando e criando esse projeto por que já havíamos detectado através das visitas técnicas que o setor de educação infantil realiza, a necessidade dessas informações e orientações aos nossos professores. Com a exigência da lei, nós aproveitamos e utilizamos o projeto que já estava pronto para colocá-lo em prática. O que é importante frisar é que os professores não se sintam com uma responsabilidade a mais, que eles não entendam que esse treinamento seja colocar neles a responsabilidade de salvar a vida de uma criança em uma situação de emergência, mas sim que ele esteja seguro e tranquilo para que quando momentos como esse aconteçam, ele possa seguir todas as recomendações básicas até que o socorro habilitado chegue para realizar o atendimento a essa criança", afirmou a autora do projeto, pedagoga da educação infantil e enfermeira especialista em pediatria, Joelma Corrêa.
A lei exige que esse atendimento seja em toda a educação básica, sendo assim o município também tem a ciência e já está se preparando para que o atendimento se estenda também as escolas de ensino fundamental.
"Já iniciamos o trabalho dentro da educação infantil que é o público mais específico com as crianças menores, e a perspectiva é ampliar e capacitar professores e funcionários também do ensino fundamental. Inclusive a Secretaria vai incorporar nos planejamentos atividades que já vem sendo desenvolvidas em parceria com a Marinha, por exemplo, na região de rios. São orientações e situações especificas para cada região. A região de rios com essas orientações voltadas ao uso do colete, a situação de socorro em caso de afogamento, entre outras emergências pontuais de cada localidade", reforçou Marcos Gentil.
O Assessor Educacional da Semed, Marcos Gentil reforçou a inda o cuidado em não prejudicar em nenhum momento o atendimento de sala de aula.
"A legislação é muito clara nesse sentido, que as capacitações não podem provocar prejuízo no atendimento. Então as escolas e as Unidades precisam se organizar de maneira a pensar um momento onde não prejudique o atendimento aos alunos. Essa é uma organização que será feita pela secretaria para que todos passem pelo atendimento sem prejudicar o horário e acompanhamento de nossas crianças em sala de aula", finalizou o assessor educacional da Semed, Marcos Gentil.
A Capacitação que a princípio será repassada para os professores do Centros e Unidades de educação Infantil, é uma parceria com a Liga Acadêmica de Saúde Coletiva da Universidade do Estado do Pará-Campus XII.
"O projeto é justamente despertar nesses professores as noções básicas dos primeiros socorros, para que eles possam se sentir em condições, inclusive emocionais frente a uma situação de acidente com alguma criança. Portanto, a proposta é que esse trabalho seja dentro de metodologias ativas, que possamos estar na realidade desses professores, o que eles dispõem e com o que eles têm nos Centros que podem oferecer os cuidados básicos em caso de acidente. Nós iremos visitar cada Centro e Unidade, conhecer o cenário e trabalhar em cima das maiores dificuldades de cada localidade", afirmou a Professora da Liga Acadêmica de Saúde Coletiva da Uepa, Franciane de Paula.
Para quem lida diariamente com muitas situações que podem necessitar de um atendimento emergencial, uma capacitação como essa é extremamente importante.
"Uma formação como essa é muito e oportuna, por que essas situações acontecem rotineiramente nas unidades e quando menos imaginamos. As vezes uma criança se engasga e no momento da euforia o professor não consegue manter o equilíbrio emocional e não tendo noção do que é o básico e correto a fazer, muitas vezes no desespero, acaba por realizar um procedimento errado que pode resultar em infelizmente situações graves como foi o caso do menino Lucas. Portanto, receber uma orientação de profissionais da área do que se deve fazer em situações emergências nos deixa mais tranquilos e seguros na hora de lidar com casos como esses em nossas unidades", explicou a coordenadora da Umei Prainha, Maíla Aguiar.
Sobre a ordem da capacitação:
- Berçário I e II, maternal I, Maternal II, Pré I e Pré II.