Durante a manhã deste sábado (09), a Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), participou de ação de orientação em relação à pesca e piscicultura realizadas na Comunidade Santa Maria do Tapará. A ação foi em resposta a um pedido da comunidade que solicitou instruções técnicas para melhorar a produtividade dos tanques de peixes bem como tirar dúvidas sobre a pesca legal.
A comunidade possui dois tanques para criação de peixes, sendo um de uso comum da (medindo 90 m de comprimento por 40 m de largura, com área de 3600 m²) e o outro de uso particular de um dos moradores (medindo aproximadamente 10,35 m de comprimento e 336 m² de área circular), sendo que o tanque comunitário ainda não possui uma espécie definida para a criação, enquanto que o particular é dedicado a criação de tambaquis.
Segundo o biólogo da Sedap, Zacarias Marques, no tanque comunitário foi necessário apenas realizar alguns poucos testes como o de acidez da água e temperatura, uma vez que é necessário saber qual a espécie que será criada para poder dar as orientações específicas para a melhor cultura da mesma.
"Cada espécie possui necessidades diferentes como espaço em m² por peixe, nível de ph, turbidez da água, quantidade de oxigênio, fito plâncton, etc. Por isso, hoje testamos apenas se água do tanque estava boa para espécies em geral e confirmamos que estava. Agora resta à comunidade definir qual a espécie será criada no tanque comunitário para podermos dar as orientações relativas àquela espécie", explicou.
Após os testes, houve uma reunião dos órgãos com os comunitários. Foram abordadas questões relativas à legislação da pesca e cultivo de peixes, além de orientações sobre práticas sustentáveis e instruções sobre como denunciar ações ilegais como a pesca predatória.
Também foi abordado o alto valor que a pele do pirarucu está tendo no mercado nacional e internacional da moda e como a comunidade poderia aproveitar isso para criar a espécie no tanque e assim lucrar não apenas com a carne do animal, principalmente porque a pele dele, ao contrário da carne, possui muito menos burocracia para seu transporte e venda, trazendo assim um retorno financeiro mais rápido para a região.
Segundo Raimundo Augusto, presidente da Comunidade Santa Maria do Tapará, a comunidade possui o tanque há muito tempo, no entanto vinha enfrentando muitas dificuldades para ter uma produção de peixes eficientes, uma vez que não tinham acesso ao conhecimento técnico necessário.
"Nossa última tentativa de criação de peixes não deu muito certo, muitos não vingaram e os que sobraram não cresceram muito, por conta disso nós vimos a necessidade de pedir a orientação dos órgãos públicos para nos auxiliar na maneira correta de realizar a piscicultura, além de, é claro, tirarmos nossas dúvidas sobre o licenciamento do tanque. Ainda estamos em dúvida sobre qual espécie criaremos, a informação sobre o valor da pele do pirarucu nos interessou, no entanto ainda vamos decidir em conjunto. Mas uma vez decidido, tenho certeza que a criação será um sucesso já que teremos o apoio do município e do estado e a nossa documentação estará em dia com os órgãos ambientais", ressaltou.