Mais de cinco mil pessoas lotaram o estádio Colosso do Tapajós para acompanhar a primeira noite de apresentações do XIII Festival de Bandas e Fanfarras, nessa sexta-feira (13). Ao todo foram 15 escolas da área urbana, zona rural e do município de Óbidos que fizeram um bonito espetáculo ao público. (Veja mais fotos da primeira noite de apresentações. Clique aqui).
As primeiras bandas e fanfarras mostraram estar bem preparadas, planejadas, sendo perceptíveis três aspectos: marcial, coreografia e musical. No aspecto marcial, o júri avalia marcha, alinhamento e uniforme; em seguida a banda faz as suas apresentações musicais e coreográficas, mediante um repertório pesquisado e planejado anteriormente, onde são analisados apenas os critérios musicais: afinação, melodia e ritmo. A coreografia também é o resultado de pesquisa sobre determinada temática e nesse festival, percebe-se que os regentes decidiram trabalhar com a dança.
O vice-prefeito de Santarém José Maria Tapajós, que representou o prefeito Nélio Aguiar nesta primeira noite, reconheceu o empenho e esforço dos alunos, professores, regentes e, também e dos gestores escolares.
“Temos que reconhecer o que está sendo visto aqui no estádio. Embora o poder público tenha pouca condição em oferecer e somar ao esforço pessoal das instituições, mas a gestão das escolas tem contribuído para esse grande sucesso. Por isso, os nossos parabéns às escolas e aos componentes das bandas e das fanfarras, que se prepararam para apresentar suas performances em apenas 12 minutos”, ressaltou.
José Maria Tapajós, oriundo do interior do município de Santarém, com emoção, chamou atenção à crescente participação e qualidade de bandas e fanfarras do interior. “Enquanto pessoa pública sinto-me orgulhosa pelo desempenho das bandas, inclusive de outros municípios, mas particularmente, as bandas do Inanú, São Jorge, Lírio dos Vales, Vila Nova do Uruari, todas da região do Lago Grande, mas sinto emoção maior em prestigiar São Francisco do Arapiuns, comunidade onde eu fui batizado”, destacou.
O coordenador do XIII Festival de Bandas e Fanfarras de Santarém, José Maria Lira, avaliou positivamente a primeira noite do evento, argumentando o comparecimento do público no Colosso do Tapajós. Segundo ele, somado isso, a qualidade das apresentações das bandas merece todos os elogios, o que confirma se tratar do maior festival de Bandas e Fanfarra do Norte do Brasil.
“Santarém está de parabéns em proporcionar aos jovens esse momento tão importante de arte, cultura e musicalidade”, comemorou.
Critérios técnicos de avaliação
O professor de música Júlio Heleno, que integra a coordenação do festival, explicou quais os critérios analisados pelo corpo de jurados sobre as bandas de percussão e fanfarras simples.
Na categoria banda de percussão são analisados: ritmo, peça rítmica e harmonia; na categoria fanfarra simples: ritmo, peça rítmica, harmonia, melodia e fraseado; no aspecto marcial são os mesmos critérios para as duas categorias e sobre o corpo coreográfico são analisados: criatividade, sincronismo e evolução.
A coordenadora da Escola de Artes Emir Bemerguy, Monique Marinho, explicou também que na primeira categoria (banda de percussão) os componentes são formados por instrumentos de percussão: tambores e pratos e segunda categoria (fanfarras simples) são formadas por instrumentos: tambores, pratos e cornetas, o que já define uma melodia. Na categoria Banda Musical deste sábado é mais completa, formada pelos instrumentos: tambores, pratos, cornetas, saxofone, trombone, trompete e clarinete.
Bandas e Fanfarras (13/09) - Sagrada Família, da região do Arapiuns, com o tema: “Axé: uma volta ao passado nos ritmos inesquecíveis”, seguido das fanfarras das escolas Haroldo Veloso, com o tema: “Pop internacional, o som que contagia”; Escola Guilherme Lopes Barros, do município de Óbidos, com o tema: “Carimbó”; Escola Princesa Izabel, com o tema: “Meu Brasil batuca África”; Escola Professora Hilda Mota, com o tema: “Carimbó”; Escola Drª. Maria Amália Queiroz de Souza, com o tema: “Ritmos e manifestações afro-brasileiras”; Escola Jader Fontenelle Barbalho, com o tema: “Misturas e gingas; Escola Ambrósio Caetano Corrêa, da comunidade de Inanú, região do Lago Grande, com o tema: “Axé 90 graus o ritmo do verão”; Escola São Francisco, da cidade de Óbidos, como tema: “Do sertão encantado, com muito xaxado, baião e pé de serra, vimos mostrar o que há de bom nessa terra”; Escola Lírio dos Vales, da comunidade de Uruarí, região do Lago Grande, com o tema: “Coração cigano: Sidney Magal”; Escola São Jorge, da enseada São Jorge, região do Lago Grande, com o tema: “Michael Jackson o rei do pop”; Centro de Referência de Assistência Social, da cidade de Belterra, com o tema: “Música: a língua universal”; Escola Vila Nova, da comunidade Vila Nova, da região do Lago Grande, com o tema: ““Africanidade: a música como expressão da liberdade”; Escola Júlia Gonçalves Passarinho, com o tema: “Lambada: o ritmo que conquistou o brasil” e para finalizar, a Escola José de Alencar, com o tema: “Tributo a Michael Jackson”.
Neste sábado (14), a programação continua com apresentações a partir das 19h, no estádio Colosso do Tapajós, com acesso gratuito. Os portões estarão abertos desde as 17h30 para acolher o público com antecedência. A coordenação do evento considera hoje o ponto máximo do festival com a apresentação das bandas musicais.
Bandas e Fanfarras (14/09) – Colégio Alvaro Adolfo da Silveira, com o tema: “As musas do pop do século XXI”; Escola Maria de Lourdes Almeida, com o tema: “O Nordeste e suas músicas”; Escola Almirante Soares Dutra, com o tema: “De volta ao passado com os ritmos quentes da lambada e axé”; Escola Nova Esperança – Alenquer, com o tema: “Vídeoclip”; Escola Professora Adélia Figueira – Oriximiná, com o tema: “Temos traços de Bantu e Iorubá e pedimos espaço para a intolerância não vingar”; Escola Frei Ambrósio, com o tema: “Bailando em ritmo quente”; Escola Deputado Ubaldo Corrêa, com o tema: “Hits clássicos nacionais”; Escola Marechal Rondon – Itaituba, com o tema: “Do tecnobrega ao tecnomelody: a tecnologia a serviço da música paraense”; Escola Pedro Alvares Cabral, com o tema: “Y love rock and roll”.
Breve histórico do festival – O Festival de Bandas inicia em Santarém por volta de 1970 voltado ao público estudantil. Ao longo da história foi organizado por diversas instituições. Dentre elas: o Lions Tapajós Clube (entre 1975 e 1987), Associação dos Estudantes de Santarém (entre 1988 e 2005), União dos Estudantes Secundaristas de Santarém (entre 2001 e 2009) e por fim, Prefeitura de Santarém a partir de 2007.
Nas primeiras edições do festival, organizado pela Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), foi realizado na orla da Cidade, com público crescente a cada ano. No último ano (2017), participaram do festival 35 instituições representadas por suas bandas ou fanfarras, uma somatória de mais de 1.400 alunos/músicos envolvidos. Estes grupos se subdividiram em três categorias técnicas de acordo com o seu instrumental.
Com uma estrutura de arquibancadas, corredores de circulação e áreas destinadas especificamente para convidados, à orla da cidade foi um palco que acolheu um público estimado de 18 mil espectadores, nas três noites de evento. Além disso, o festival teve um alcance de 35 mil pessoas que acompanharam o evento através da internet, por onde o festival foi transmitido integralmente ao vivo.
No ano passado, o evento contou com bandas e fanfarras de Santarém, das zonas urbana e rural - rios e planalto - bem como de municípios vizinhos como Alenquer, Belterra, Curuá, Itaituba, Monte Alegre, Óbidos e Oriximiná, e ainda do município de Itacoatiara (AM).