Integração, a palavra que melhor define o torneio de futebol realizado no domingo (20), entre a comunidade Cambuquira e os indígenas Venezuelanos da etnia Warao, que estão sendo acolhidos no município. O resultado foi além do desempenho dos dois times, o objetivo principal foi estreitar laços.
De um lado do campo estavam os indígenas que por vontade própria escolheram vestir a camisa da seleção brasileira, e do outro lado os moradores da comunidade. Os indígenas tinham até torcida organizada. Homens e mulheres indígenas participaram das partidas de futebol que teve troféus e medalhas para os primeiros colocados, com apoio do Núcleo de Esporte e Lazer da Secretaria Municipal de Educação (Semed).
O convite para o momento de recreação partiu da Associação Comunitária do Cambuquira, que articulou com a Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtras) e a CAAF para a participação dos indígenas.
A presidente da Associação, Fátima França observou que todos foram surpreendidos com a chegada dos indígenas e que essa adaptação é necessária para que possam viver bem. "Como o município os acolheu temos também que fazer o mesmo, no início foi mais difícil por conta dos costumes deles, mas cada dia estamos buscando fazer essa integração".
O indígena Amicar Antonio Rodriguez, de 23 anos, tem mulher e é pai de duas crianças. Ele chegou com o primeiro grupo de 30 pessoas no dia 28 de setembro de 2017, e entre idas e vindas está querendo buscar autonomia financeira para fixar moradia em Santarém. "Nós gostamos do acolhimento aqui, a situação da Venezuela estava muito difícil, tudo muito caro, a comida, a roupa, por isso saímos de lá e viemos para o Brasil e agora estamos aqui na cidade, e participar desse jogo é muito bom para nós que queremos viver bem com todos, eu gosto muito do Brasil", disse o indígena.
"Nós os acolhemos, atendemos suas principais necessidades e já estamos partindo para um outro passo que é fazer com que eles busquem sua autonomia, estamos fomentando o que eles trazem de conhecimento que é o artesanato, vamos iniciar uma parceria com a Emater para trazer para eles aqui na Casa de Acolhimento um curso de Pesca e Agroecologia, pois eles são de uma região de rios, Warao significa povos das águas e temos que dar oportunidade para que eles busquem sua independência financeira e institucional", ressaltou Celsa Brito Secretária Municipal de Trabalho e Assistência Social.
Além do torneio o artesanato dos indígenas fabricados com a fibra do buriti foi colocado à exposição e venda.