A criança foi levada pela equipe do PFA até a casa da irmã.Um amor de irmãos. Uma transformação de vidas. O vínculo é o sangue do pai. O final Feliz é uma história de um acolhido, uma criança de 5 anos de vida. Vida essa que já passou por muitas situações difíceis. Ele, há sete meses, estava inserido no Programa Família Acolhedora (PFA), administrada pela Prefeitura Municipal de Santarém por meio da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtras) e coordenado por Altair Miranda.
Final feliz: assistência socialPara contar essa história vamos voltar no tempo. Essa criança é irmã por parte de pai de Elinete Alves da Silva, órfã de mãe, hoje com 23 anos de idade. Ela chegou a ajudar o irmão entre os dois, três anos de vida e criou um afeto grande por ele. Elinete casou-se e foi morar em outro estado, ao saber que seu irmão estava em acolhimento familiar e que ele estava em processo judicial de possível destituição do poder familiar, ela voltou para Santarém para poder requerer sua guarda.
“Quando eu fiquei sabendo que ele poderia ser adotado, eu falei com meu marido sobre o desejo de cuidar dele como filho. Meu marido aceitou, pediu demissão do emprego em Manaus e resolvemos vir em busca de lutar por ele para que ele morasse conosco. Nos damos super bem e os meus outros irmãos por parte de pai também queriam que ficássemos com ele”, destacou Elinete.
Emoção na despedida: novo lar“A criança tem 5 anos e estava há sete meses em acolhimento familiar. Fizemos busca entre a família extensa: avós, tios, tias, irmãos, mas não conseguimos que eles se dispusessem a ficar com guarda da criança. Diante da situação, a equipe técnica do PFA elaborou relatório sugerindo colocação em família substituta o que seria apreciado pelo judiciário, mas pouco tempo depois a equipe do Programa foi procurada pela senhora Elinete Silva, uma das irmãs da criança que manifestou o desejo de resgatá-lo para o seio familiar”, esclareceu Altair Miranda.
Após trâmites judiciais, na tarde desta segunda-feira (23), a criança foi levada pela equipe do PFA até a casa da irmã localizada na comunidade São Jorge.
“Foi um momento emocionante, muito choro de alegria, a criança transbordava felicidade de estar mais uma vez com sua família”, pontuou Altair.
Elinete e o esposo Maurício Santos, ambos com 23 anos de idade, contaram que não poderiam ganhar um presente de natal mais especial que esse, até porque ela havia recente perdido uma gestação do seu primeiro filho. “Formamos novamente uma família, agora mais unidos para sempre”, disse emocionada Elinete.
A Família Acolhedora, Claudionor e Maria Andrade, ficou com a criança em Acolhimento familiar durante os 7 meses. O casal contou que construíram um elo muito especial com a criança e que em acordo com a senhora Elinete eles irão dar sequência ao fortalecimento de laços afetivos criados durante esse tempo. “Compramos vários brinquedos para que ele pudesse ter um pouco de nós nessa nova etapa de vida”, contou Maria Andrade, emocionada ao se despedir com forte abraço e bons conselhos à criança.
Altair destacou que a partir de agora a justiça determinou que a equipe do PFA continue fazendo acompanhamento da adaptação da criança para posterior decisão de guarda definitiva.
Sobre o Programa:
O PFA propicia o acolhimento de crianças e adolescentes afastadas da família biológica por medida de proteção judicial em residência de famílias acolhedoras cadastradas. A inclusão do Programa de Acolhimento Familiar na Lei da Adoção também é uma iniciativa nova. Criado pelo Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária, lançado em 2006, o programa foi incorporado à lei devido aos resultados positivos obtidos até então.
Essas crianças e adolescentes são inseridas em famílias cadastradas selecionadas, enquanto a família biológica também chamada de família nuclear é acompanhada pela equipe técnica do serviço.
O principal objetivo do acolhimento familiar é o retorno da criança e adolescente à família biológica. Durante o período de afastamento, todos os esforços são empreendidos para que os vínculos com a família biológica sejam mantidos. Os familiares recebem acompanhamento psicossocial para auxílio e superação das situações que levaram ao acolhimento.
Em Santarém, o programa foi implantado em 18 de Março de 2014 e de lá pra cá muitas conquistas foram alcançadas. Ele recebeu 36 crianças e adolescentes e desse total 80% dos acolhidos voltaram para suas famílias de origem. O programa já contou com 26 famílias inseridas e disponibilizando acolhimento. Atualmente, cadastradas e capacitadas a acolher existem 9 famílias.