Filme documentário gravado em comunidades ribeirinhas da Resex Tapajós-Arapiuns será exibido na sexta-feira (25)
Voluntários do curso Guia de Turismo da EETEPA. Foto-Alciane AyresAprendizado, partilha, entretenimento e o misto de artes estão sendo proporcionados no primeiro Festival de Cinema de Alter do Chão, em Santarém (PA), interior da Amazônia. A organização estima a participação de 50 mil pessoas para o evento que vai até domingo (27). Dentro do Lago dos Botos, três tendas foram montadas para exibição de filmes, oficinas e palestras. A cada dia o fluxo de pessoas aumenta, a maioria do setor ensino. Mais de 100 voluntários contribuem nas ações.
Segundo o diretor do Festival de Cinema de Alter do Chão, Locca Faria, a aceitação do público é grandiosa. “Logo no primeiro dia do evento tivemos um público de 3 mil pessoas. O que nos emociona é que agradou da criança ao idoso. Contamos com as participações de membros dos setor educacional envolvidos como expectador e no voluntariado. O total de 100 voluntários vieram de escolas e de instituições de ensino superior. A inserção deles engrandece ainda mais o nosso evento, alguns são dos cursos de guia de turismo, jornalismo e publicidade”.
Para o aluno do 4º semestre do curso guia de turismo Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará (EETEPA/Santarém), Felipe Silva de Abreu, o festival proporciona o ensino-aprendizagem. “Um evento desse porte com dimensões de Brasil e exterior que proporciona enorme conhecimento a população de nossa cidade e principalmente dos setores educacionais. E nós do curso guia de turismo abraçamos essa oportunidade. Aqui aprendemos e interagimos com pessoas de diferentes nacionalidades, um campo rico para exercitamos o nosso aprendizado no curso”, disse.
O fundador da Produtora Audiovisual Pajé Cultural e realizador de distintas obras nos formatos Documentário e Ficção, Fernando Mamari, palestrou no final da manhã desta quarta-feira (23). “Trago para a exibição uma análise geocultural do projeto - América Latina cooperativa e a produção de lugares cinemáticos. E que visa fomentar as redes de cooperação e intervenção populares através de imagens. E com diferentes rotas, onde cada grupo envia mensagem para outra organização. E neste filme, a segunda viagem do projeto percorrendo países como o México, El Salvador, Guatemala e Panamar.”
A estudante do 7º ano da Escola de Ens. Fund. Maria do Rosário Barbosa da Comunidade Irurama do Projeto de Assentamento Extrativista (PAE-Eixo Forte), Fernanda Vitória Sousa participou do Festival e comentou sobre. “É magnífico o espaço, já participamos das atividades nas 03 tendas. Por meio dos filmes conhecemos vários lugares e vimos os costumes de pessoas que vivem na América Latina, com atividades sempre voltadas a reflexão e zelo ao meio ambiente”, destacou.
Detalhes sobre o filme “Raízes - Um Piano na Amazônia”
A pianista dentro de um barco faz apresentação para comunitários ribeirinhos. Foto- Produção-Filme Um Piano na Amazônia.O secretário municipal de cultura Luis Alberto Figueira reforçou o misto de cultura reiterando que o mais interessante do Festival é o próprio homem da Amazônia estar como personagem nas cenas de sua própria história. “A exemplo dessa apropriação de sua história nós teremos na próxima sexta-feira (25), a exibição do filme documentário, “Raízes - Um piano na Amazônia”. A produção do filme contou com o apoio do Projeto Cultura na Comunidade da Prefeitura de Santarém, por meio da pasta da Cultura. Estará presente a diretora artística Tatiana Cobbett. O filme documentário será exibido, a partir das 11h, na Tenda Munduruku nas dependências do Lago dos Botos”, detalh’ou.
O Projeto Raízes - Crianças de comunidades ribeirinhas participaram de troca de experiêrncia cultural. Foto-Pâmella Flor. Um Piano na Amazônia tem como proposta artística, pedagógica e social levar o piano e a música de compositores contemporâneos ao seu próprio povo. O projeto contou com o apoio da Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Semc) e financiamento colaborativo através de plataformas de Crowdfunding. A ação foi desenvolvida pela pianista Carla Ruaro, brasileira que vive na Europa. O ousado projeto tem a direção artística/produção da cantora, compositora e bailarina Tatiana Cobbett.
Os shows musicais de piano e atividades lúdicas das imagens do filme foram gravados na segunda quinzena de novembro e no inicio de dezembro de 2017. O palco nas localidades foi o barco Jorge Olinto, dinâmica de exibição incomum nas comunidades da Amazônia, mas foram sim realizados na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns (Resex) pelo "Projeto Floresta". No total, 12 comunidades foram envolvidas diretas-indiretamente com as atividades. E participaram nos bastidores 08 servidores da Secretaria municipal de cultura, entre o próprio titular da pasta, o Pixica.
Premiação, Menção e demais indicações do filme:Pianista Carla Ruaro na Amazônia. Foto-Pâmella Flor.
O filme documentário foi indicado em 03 grandes Festivais de Cinema na Europa. Na Finlândia o filme foi premiado com Menção Honrosa e Prêmio de Melhor Fotografia no Festival de Cinema de Kalajoki. E em Portugal na cidade de Matosinhos, o filme concorre para o Melhor Curta no Festival de Aventura que ocorre entre 12 e 15 de setembro. Na Itália, também concorre ao prêmio de Melhor Curta metragem no Festival Prisma de Filmes Independentes de Roma.
O DVD
O documentário conta a história da pianista que quis se aproximar das raízes da obra que interpreta. Fascinada pelo processo de desconstrução e reconstrução da música e da intérprete e – proporcionando o nascimento de uma nova artista – ela descobre uma trajetória de vida, consciente da sua responsabilidade na arte, dando um maior sentido à sua carreira. É uma verdadeira e profunda viagem transformando e redescobrindo a música através da experiência, do contato e da troca com compositores, povo e meio ambiente.
A pianista Carla Ruaro, além de exibir o filme nos Festivais, ainda realiza concertos para lançar o CD, que traz no repertório inédito obras de compositores contemporâneos da Amazônia.
O CD
Contempla o processo de reconstrução e releitura de obras dos compositores amazônidas, entre os de Santarém, a arte do saudoso, Maestro Wilson Fonseca. As músicas são:
• A Flauta e o Curió, de Albery Albuquerque;
• Oryzoborus, de Thiago Albuquerque;
• Suite Amazônica, de Altino Pimenta;
1. Lenda
2. Coral
3. Correnteza
• Bachianas Amazônicas, de Wilson Fonseca;
• Valsa Santarena, de Vicente da Fonseca;
• Respingos, de Lúcia Uchôa;
• Suite Waldemar, de Luiz Pardal;
1. Uirapuru
2. Valsa e Primavera
3. Rolinha
• Jorge Olinto, de Tatiana Cobbett.
Ficha técnica do filme documentário:
Tatiana Cobbett – Diretora Artística;
Carla Ruaro – Pianista e Produtora;
João Santos – Cinegrafista
Paulo Markun – Roteirista
Pamella Flor - Fotógrafa
Joana Pereira – Arte Educadora
Gustavo Roriz – Diretor Musical
Alexandre Piccini – Mistura, edição sonora e finalização de áudio.
Mais informações:
Alciane Ayres – assessora de comunicação da Semc
Contato: (93) 99179-4634 / E-mail: alcianeayres.jornalista@gmail.com