A Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), realizou hoje, quarta-feira, 16, a abertura oficial da programação da Semana dos Povos Indígenas 2025. O tema é Educação indígena: a transmissão de saberes ancestrais e os desafios da contemporaneidade. O evento busca valorizar os saberes ancestrais e discutir sua integração com as novas metodologias de ensino, fortalecendo práticas educativas que respeitem a identidade e a cultura dos povos indígenas.
Na abertura, que ocorreu na sede do Sinprosan, houve um ritual com banho de cheiro e apresentação cultural da Rainha do Artesanato da Escola Borari Antônio de Sousa Pedroso, de Alter do Chão.
A aluna Emanuelle Saron Matos Mendes, da Escola Nossa Senhora das Graças, localizada na Aldeia Solimões, rio Tapajós, emocionou os presentes ao entoar o Hino Nacional na língua indígena Nheengatu.
O vice-prefeito Carlos Martins reafirmou o papel da prefeitura em reconhecer e valorizar a cultura indígena, inclusive com a construção das primeiras escolas com arquitetura própria.
"Eu entendo que a cultura indígena no nosso município é fundamental, inclusive auxiliou no desenvolvimento da nossa identidade e nós precisamos reconhecer, valorizar, dar oportunidade para eles, tendo a possibilidade de trabalhar e gerar renda, por meio da biodiversidade, agricultura familiar, pesca. Nós, enquanto Poder Público temos que assegurar esse direito, que é um direito de todos, incluindo de uma educação pública de qualidade. Um evento como esse fortalece essa identidade e valoriza essa cultura tão importante para o nosso município”, disse.
A rede municipal de ensino conta hoje com 63 escolas indígenas, além de um Centro de Educação Infantil (Cemei Borari) e 2.831 alunos matriculados.
"A educação escolar indígena na contemporaneidade é uma conquista fundamental, que vai além do acesso à escola. Trata-se de garantir uma educação específica, diferenciada, bilíngue, intercultural e de qualidade, que respeite e fortaleça as identidades culturais, sociais e linguísticas dos povos indígenas. É uma forma de reparar invisibilizações históricas, além de reafirmar o direito à educação como um direito coletivo e individual, respeitando os modos próprios de ser, viver e aprender. A Secretaria de Educação faz questão de celebrar essa semana com ações que promovam o conhecimento, a reflexão e o diálogo sobre a riqueza das culturas indígenas, suas lutas e contribuições para a formação do nosso país”, enfatizou a assessora de Ensino da Semed, Vânia Quaresma, que representou a secretária municipal de Educação.
A coordenadora do Núcleo de Educação Escolar Indígena, Jecilaine Borari, elogiou a participação de alunos e professores de escolas não indígenas no evento. De acordo com a coordenadora, "professores e pedagogos são a ponte entre a escola e os saberes que nós temos para repassar à sociedade. A ideia é que todas as escolas possam levar para o seu cotidiano a legislação indígena, a cultura, a história, o direito ao convívio diário, respeitando e valorizando a população que formou o Brasil".
A programação de abertura ainda contou com a participação do cantor e compositor Chico Malta, roda de conversa com o tema Educação Escolar Indígena e Educação Indígena na atualidade, exposições do Puxirum de Memórias, artefatos indígenas e trabalhos realizados nas escolas, além de grafismo corporal.