Uma parceria inédita firmada entre a Secretaria Municipal de Educação (Semed)/Prefeitura de Santarém e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) está oferecendo aos educadores que atuam na Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns (Resex) uma capacitação para o desenvolvimento de atividades pedagógicas nas escolas da Resex.
Legenda da foto: Capacitação aborda o tema do meio ambiente e suas vertentes
O Projeto é voltado para professores indígenas e não indígenas e aborda diversas temáticas com destaque para o Meio Ambiente. Durante os três dias de encontro estão sendo abordados assuntos como Introdução à Política Nacional de Meio Ambiente e Legislação Ambiental, Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), Resex Tapajós-Arapiuns e seus instrumentos de gestão, Mudanças climáticas, causas e suas implicações, entre outros.
O encontro é coordenado pelo ICMBio tendo à frente a Analista Ambiental Jackeline Nóbrega Spínola. Segundo ela, a ideia surgiu em 2017 a partir de uma conversa com alguns diretores e educadores da Resex e, posteriormente, com a Semed.
Legenda da foto: Jackeline Spínola à esquerda
“Contactamos a Secretaria através da assessoria de rios para trazer essa capacitação aos educadores desse território. O foco é abordar sobre o território, sobre educação ambiental de uma maneira crítica onde os professores podem construir um conhecimento coletivo junto aos seus alunos acerca da educação ambiental, do meio ambiente de um modo geral”, disse Jackeline.
Serão três dias de capacitação. Ontem, 8, foi o primeiro dia em que foi realizada uma contextualização geral sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, sobre o trabalho do ICMBio e sobre o território da Resex.
Para hoje, o enfoque é sobre as mudanças climáticas, as possíveis causas e as consequências desse problema ambiental e como o tema é trabalhado dentro da Resex pelo ICMBio. Amanhã, último dia do encontro, a Biodiversidade será o tema com ferramentas pedagógicas para os professores desenvolverem nas escolas da Resex.
“A Semed é um parceiro fundamental porque envolve um tema básico no território que é a educação então a ideia é continuar com a parceria apoiando a formação e capacitação dos professores”, pontuou Jackeline.
Para a professora Gracileila da Silva Lopes, da comunidade Lago da Praia, a capacitação está sendo positiva.
“Acredito que vai ser bem produtivo pra nós que somos educadores, temos que participar desses encontros para saber discutir com nossos alunos e acredito que essa parceria vai dá muito certo, a gente quer conhecimento pra poder retornar pra nossa comunidade e repassar aos nossos alunos e até mesmo para os próprios aldeados, os parentes que estão nas aldeias”, disse a professora.
Yara de Paula, pesquisadora assistente do Projeto Map Fire veio do Acre para contribuir no encontro.
Legenda da foto: Yara durante fala
“Fico muito feliz em poder desenvolver e falar um pouquinho sobre as nossas metodologias científicas que foram adaptadas ao contexto escolar e está apresentando essas metodologias com professores da zona rural é muito gratificante”, disse.
O Projeto MAP FIRE tem como área de estudo base a região MAP que integra Brasil, Bolívia e Peru e desenvolve metodologias científicas para o Bioma Amazônia. A ideia é resgatar a temática fogo (queimadas e incêndios florestais) e levar para dentro da escola no contexto de educação visando a redução dos riscos de desastres, especificamente com o fogo.
“Nós temos um livro pensado para professores do ensino fundamental II e ensino médio que contem cinco metodologias científicas. Esse livro também é um Guia que traz desde o suporte teórico para professores de diversas áreas do conhecimento e, ao mesmo tempo, pode ser adaptado para outros grupos como brigadistas, técnicos das secretarias de meio ambiente e quem mais tiver interesse em desenvolver as atividades”, relatou Yara.
Iara Ferreira, da assessoria de ensino da Semed, representa a Secretária de Educação Maria José Maia no encontro. Para ela, a temática educação ambiental deve ser integrada ao currículo escolar.
“Promover a educação ambiental de forma consciente, integrada, intercultural, fazer com que essas parceria se estreite ainda mais e a nossa educação possa ser de fato uma educação ambiental voltada para a superação desses grandes desafios que existem dentro da Resex e que a temática educação ambiental não seja trabalhada como um apêndice mas que seja integrada no currículo como um todo dentro das disciplinas das áreas afins nas nossas escolas”, destacou Iara.