O professor alfabetizador e a criança no processo de alfabetização, essa é a temática abordada na 1ª Formação para 1.200 professores e pedagogos da rede municipal de ensino realizada pela Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), em parceria com o Programa Alfabetiza Pará.
O auditório da Escola de Artes Emir Bemerguy é o local do evento, que neste primeiro momento recebe os profissionais da região de planalto. São 158 ao todo, entre professores e pedagogos, que recebem capacitação voltada à alfabetização e letramento dos alunos de 1º e 2º ano conforme recomendação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), documento que determina que as crianças sejam alfabetizadas até o segundo ano do ensino fundamental.
Essa é a terceira formação para os professores e pedagogos da rede municipal e o primeiro módulo em 2024. São formações em nível de cascateamento, ou seja, partem do governo federal para o estado e do estado para os municípios.
"Essa capacitação vai nos trazer muito mais ferramentas para trabalharmos em sala de aula, principalmente a questão da leitura, escrita, e do alfaletrar, afinal, é interessante que a criança tenha autonomia de interpretar textos e se sentir incluída, por isso é importante a formação e eu tô gostando muito porque com certeza vai nos trazer benefícios vindouros”, frisou José Ederlilson da Silva, professor na Escola Lagoa Azul, comunidade Cícero Mendes, na região do planalto.
Já a professora Carla Blair, da Escola Maria do Rosário Barbosa, comunidade Irurama, região do Eixo Forte, acentuou que o programa veio pra somar.
"Esse programa veio pra somar, para enriquecer e para nos dar novas estratégias. Sabemos que é uma luta diária na educação e pra que a gente tenha uma educação de qualidade no Eixo Forte, em Santarém, e o programa tem um planejamento excelente, a forma, a didática que nós estamos aprendendo nessa capacitação abre um leque de oportunidades para os nossos alunos, estamos nos capacitando pra levar o melhor e ajudar a eles a romperem a barreira, principalmente da leitura”.
Natividade Barros da Rocha é professora na Escola Sagrado Coração de Jesus, em Alter do Chão. Ela destacou a importância do livro de leitura para os alunos.
"O livro de leitura escrita veio com um potencial muito grande para nos dar suporte em sala de aula. Nele, vamos ter o suporte para desenvolver desde a acolhida dos nossos alunos em sala de aula, a importância de trabalhar a emoção do aluno e daí, o passo a passo, a leitura como forma de transfigurar o que ele [aluno] está sentindo e após, inicia-se o processo de alfabetização deixando que o aluno conheça a leitura, interprete e coloque no papel o que ele assimilou”, completou.
Maria Sheila Gama, professora da Ulbra, está colaborando com a formação abordando sobre O papel das emoções no processo de ensino-aprendizagem.
"A educação emocional é um componente importante de toda atividade pedagógica. Sabemos que as emoções não foram priorizadas em sala de aula durante muito tempo e, dentro desse novo formato da transformação do ensino no aspecto mais sócio-interativo, sócio-emocional, de formação integral do ser humano, vamos perceber que as emoções ganharam um lugar que deveriam ter dentro da sala da aula, e agora ganharam tratamento didático, que a meu ver é fundamental para que as pessoas sejam autônomas, criativas, acolhedoras e se integrem bem ao mundo do trabalho".
A coordenadora do Alfabetiza Pará em Santarém, professora Jéssica Ninas, explicou como funciona o programa.
“O Alfabetiza Pará trabalha com três principais eixos: formação, que é o que estamos fazendo em nível de cascateamento onde nós, articuladores municipais já fomos formados pelos formadores estaduais e agora estamos formando professores e pedagogos; avaliação: os alunos foram avaliados em março com um teste de avaliação de fluência para alunos do 2º ano pra saber qual o nível de leitura nesse início de ano e, a partir desse diagnóstico gerar ações de promoção de alfabetização, e, dependendo do nível em que se encontram estabelecer metas de desenvolvimento desses níveis e o terceiro eixo é o material didático, onde todos os alunos de 1º e 2º ano recebem o material Veredas da Leitura, incluindo caderno de atividades e o livro de leitura, que é um material consumível, ou seja, o aluno recebe e não precisa devolver e o professor também recebe seu livro de orientações sobre como trabalhar o material didático e as aulas com os alunos”, explicou.
A secretária municipal de Educação, Maria José Maia da Silva, presente na abertura do evento, confirmou que a formação dos professores da rede municipal para turmas de 1º e 2º ano se dá por meio de convênio assinado com a rede estadual (Seduc).
"Nós estamos prevendo esse processo de alfabetização até o final do segundo ano e, pra isso, paramos esses dias para fazer blocos de formação. Começamos com os 158 professores da região de planalto, posterior à eles teremos a formação para os professores da região de rios e depois, para todos os professores de 1º e 2º ano da zona urbana, de modo que a gente possa ter um resultado com maior qualidade ao final do ano e, sobretudo, ter a nossa criança alfabetizada na idade certa, esse é o principal objetivo”, reforçou a titular da pasta da Educação.