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Agência Santarém
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, visitou neste sábado (25) a comunidade Anã, localizada na região do Rio Arapiuns, a cerca de três horas de viagem de barco de Santarém. A agenda faz parte da entrega de tecnologias sociais do projeto “UBS da Floresta”, iniciativa que tem como objetivo ampliar o acesso aos serviços de saúde em áreas remotas da Amazônia.
Padilha esteve acompanhado do prefeito de Santarém, José Maria Tapajós, e do secretário municipal de Saúde, Everaldo Martins Filho. A ação marca mais um passo na estratégia de fortalecimento da atenção básica nas regiões ribeirinhas, levando estrutura, inovação e cuidado às populações que vivem distantes dos centros urbanos.
De acordo com a Assessoria de Saúde de Rios da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), a UBS da comunidade Anã integra a Estratégia de Saúde Ribeirinha Vila Gorete e assiste 86 famílias, totalizando cerca de 300 pessoas. Na localidade, atua uma equipe composta por uma enfermeira, uma técnica de enfermagem e dois Agentes Comunitários de Saúde (ACS), responsáveis pelo atendimento contínuo às famílias.
A enfermeira responsável pela UBS, Larissa Miranda, explica que a presença do projeto “UBS da Floresta” representa um avanço importante para o trabalho das equipes que atuam nas comunidades ribeirinhas.
“Com o apoio das tecnologias sociais, conseguimos melhorar a qualidade dos atendimentos e oferecer mais conforto e segurança às famílias atendidas aqui na região”, destacou.
Segundo Larissa, a unidade realiza atendimentos de rotina, acompanhamentos de gestantes, crianças e idosos, além de ações educativas e preventivas em saúde.
“A cada 15 dias, o médico que atua na comunidade Vila Gorete realiza consultas aqui em Anã, garantindo o acompanhamento dos pacientes e a continuidade dos cuidados”, explicou.
O secretário municipal de Saúde, Everaldo Martins Filho, falou sobre a parceria da gestão com o Ministério da Saúde. “Essa parceria reforça o compromisso da Prefeitura em garantir que o SUS chegue com qualidade a todas as comunidades, mesmo nas regiões mais distantes. As tecnologias sociais são instrumentos importantes para a promoção da autonomia comunitária, contribuindo para diversas áreas do desenvolvimento humano, em especial para a promoção da saúde.
Hoje, estamos entregando equipamentos essenciais, como aparelho de pressão arterial, medidor de glicemia, oxímetro, balança e autoclave, além de garantir acesso à internet na unidade.”
Recentemente, a UBS da Comunidade Anã foi entregue após obras de revitalização. Na oportunidade da visita do ministro, a Prefeitura também realizou a entrega da nova sala de vacina da unidade.
O prefeito de Santarém, José Maria Tapajós, destacou o impacto desses investimentos na vida das famílias. “O projeto traz ganhos concretos para o dia a dia das equipes e da população. Tudo isso melhora a qualidade dos atendimentos e facilita o trabalho dos profissionais que atuam nas comunidades. Nosso objetivo é ampliar o alcance dos serviços e assegurar que cada morador da zona rural e ribeirinha tenha acesso ao cuidado que merece.”
Durante a visita, o ministro também conheceu de perto as tecnologias sociais desenvolvidas pela própria comunidade, que fortalecem a sustentabilidade e a autonomia local no cuidado à saúde.
Em declaração, Alexandre Padilha destacou os desafios e a importância de políticas públicas voltadas à realidade amazônica. “A Amazônia impõe desafios únicos à saúde pública. As grandes distâncias, o isolamento e a dificuldade de acesso exigem soluções criativas e investimentos contínuos. Por isso, iniciativas como a ‘UBS da Floresta’ são fundamentais, porque elas aproximam o SUS da vida real das pessoas, garantindo que cada ribeirinho, por mais distante que esteja, tenha o direito de ser atendido com dignidade, cuidado e qualidade.”
O ministro também debateu com comunitários e lideranças indígenas os desafios da saúde ribeirinha, os impactos das mudanças climáticas sobre a qualidade de vida das comunidades e possíveis soluções integradas entre políticas de saúde, educação ambiental e preservação ambiental. O diálogo reforçou a importância de estratégias conjuntas entre governo, comunidades e lideranças locais para garantir serviços de saúde mais eficazes e adaptados à realidade amazônica.
