Em celebração ao Dia Nacional da Pessoa Idosa e à Semana Nacional da Pessoa Idosa, a Prefeitura de Santarém realizou, nesta quinta-feira (16), a segunda edição das Olimpíadas da Melhor Idade. O evento reuniu mais de 300 participantes em uma manhã marcada por alegria, integração e vitalidade, encerrando um mês de ações voltadas ao público 60+.
A programação foi promovida em parceria entre as Secretarias Municipais de Trabalho e Assistência Social (Semtras) e Saúde (Semsa), e o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa (CMDPI), reforçando a importância de atividades físicas para o envelhecimento saudável.
Mais do que uma confraternização, o evento destacou o papel do Programa de Incentivo à Atividade Física (IAF), coordenado pela Semsa, como uma das principais estratégias de promoção da saúde e prevenção de doenças crônicas não transmissíveis em Santarém. Inserido no Sistema Único de Saúde (SUS), o programa atua diretamente na Atenção Primária à Saúde, incentivando hábitos saudáveis e o envelhecimento ativo e participativo.
Atualmente, 33 profissionais de Educação Física integram o programa no município — sendo 28 alocados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da zona urbana e em comunidades estratégicas como Alter do Chão, Jacamim, Cipoal, Tabocal e Vila de Curuai. Além disso, o programa mantém atividades regulares nas Academias de Saúde dos bairros Diamantino, Mararu, Jaderlândia, Conquista e Salvação, e conta com equipes multiprofissionais nas UBSs Floresta e Conquista, totalizando 39 profissionais atuando na Atenção Primária.
"A prática regular de atividades físicas é um dos pilares para o envelhecimento saudável. Ela contribui não apenas para a prevenção de doenças, mas também para o bem-estar emocional e social, criando laços comunitários e fortalecendo a autonomia da pessoa idosa”, destacou a enfermeira Fabíola Aguiar, da Divisão de Práticas Físicas e Complementares do Núcleo de Atenção Primária em Saúde (NAPS) da Semsa.
Movimento é saúde
De acordo com o Guia de Atividade Física para a População Brasileira (2021), publicado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a prática regular de exercícios em idades mais avançadas melhora mobilidade, disposição, autonomia e socialização, além de reduzir o risco de doenças como hipertensão, diabetes e câncer. O documento alerta que o sedentarismo é um dos principais fatores de risco para doenças crônicas e perda de capacidade funcional.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também reforça que níveis maiores de atividade física estão associados a menor mortalidade geral e cardiovascular, melhor saúde mental e cognitiva, e melhor qualidade do sono. As diretrizes recomendam que adultos mais velhos pratiquem entre 150 e 300 minutos semanais de atividade física moderada, ou entre 75 e 150 minutos de intensidade vigorosa, incluindo exercícios de fortalecimento muscular e equilíbrio em pelo menos três dias da semana.
Uma meta-análise internacional que compilou 105 estudos com 7.759 idosos mostrou que programas de exercício elevam significativamente a função física, com maior benefício observado entre 110 e 225 minutos semanais. Estudo populacional com os mais longevos indicou que manter ou iniciar atividade física está associado à menor utilização de serviços de saúde, sinalizando potencial de prevenção e economia quando políticas locais garantem acesso regular à prática.
No contexto brasileiro, dados do ELSI-Brasil evidenciam alta carga de doenças crônicas e hospitalizações potencialmente evitáveis, cenário em que iniciativas como o IAF atuam na Atenção Primária, reduzindo impactos do sedentarismo e promovendo envelhecimento ativo (Fontes: The Lancet Healthy Longevity, Journal of the American Medical Directors Association, e ELSI-Brasil / Revista de Saúde Pública).
“Esses dados reforçam que nosso investimento no IAF não é gasto — é prevenção. Cada aula, cada grupo comunitário e cada encontro nas academias de saúde pode representar menos internações e mais qualidade de vida”, pontua Fabíola Aguiar.
O secretário municipal de Saúde, Everaldo Martins Filho, destacou que o IAF é um exemplo concreto de como políticas públicas de saúde podem transformar vidas.
“Esses profissionais são essenciais para a efetivação das ações de promoção da saúde. Eles ajudam a reduzir o impacto do sedentarismo e a construir comunidades mais saudáveis. É um trabalho que se traduz em mais autonomia, menos doenças e mais felicidade para a nossa população idosa”, afirmou.
O vice-prefeito Carlos Martins, representando o prefeito Zé Maria Tapajós, ressaltou a importância do programa.
“O incentivo à prática física é uma ferramenta poderosa de prevenção e cuidado. Quando o município investe em movimento e em convivência, ele investe em vida, autoestima e pertencimento social. É isso que queremos para Santarém: um envelhecimento com vitalidade, saúde e dignidade.”