A Prefeitura de Santarém por meio da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtras), e o Centro de Referência Especializado de Atendimento á Mulher - Maria do Pará realizou na manhã desta segunda-feira (26) uma blitz na Avenida Sérgio Henn, em frente à Delegacia da Mulher (Deam) em referência a programação alusiva aos 16 Dias de Ativismo de combate a violência contra a mulher. O local estratégico devido ao grande fluxo de veículos que transitam na Avenida conseguiu alcançar o objetivo, chamar a atenção e conscientizar motoristas e pedestres.
Foram entregues folders do Centro Maria do Pará e Propaz com esclarecimentos sobre os tipos de violência e onde as mulheres vítimas devem procurar apoio.
"Nós atendemos também as mulheres que estavam na Deam. Conversamos com elas repassando informações importantes, principalmente sobre quais os tipos de violência. A mulher tem o direito de trabalhar, estudar, ter filhos se quiser, usar a roupa que quiser, ter amizade com quem gostar, poder ir visitar a família, dentre vários outras coisas que quiser fazer. Ela precisa se empoderar, tomar conta de sua vida como ela achar que deve", ressaltou Diany Castro, coordenadora do centro Maria do Pará.
Diany destacou ainda que o maior tipo de violência sofrido pelas mulheres atualmente é a psicológica e moral.
A programação dos 16 dias de Ativismo de combate à violência contra a mulher será desenvolvida até o dia 14 de dezembro. Serão realizadas atividades internas dentro do Centro Maria do Pará e atividades externas em parceria com a rede de enfrentamento da violência doméstica.
As atividades irão se estender em duas comunidades na área dos rios Tapará Grande a convite da equipe das Ações Estratégicas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Aepeti). O Centro Maria irá levar os esclarecimentos e Planalto Comunidade Perema participando do projeto do Ministério Público.
O período da campanha lembrará ainda outras datas importantes ao assunto, como:
Sobre os 16 Dias de Ativismo de combate à violência contra a mulher:
A campanha teve origem em 1991 organizada pelo Centro de Liderança Global das Mulheres que fixou o período de 25 de novembro a 10 de dezembro para discutir, refletir, bem como denunciar as várias formas de discriminação e violência contra as mulheres no mundo.
No I Encontro Feminista da América Latina e Caribe, o dia 25 de novembro foi declarado Dia Internacional de Não Violência contra as Mulheres em homenagem às irmãs Mirabal, assassinadas pelo governo ditador da República Dominicana nesse dia, em 1960. No dia 10 de dezembro, quando a campanha se encerra, é comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Atualmente mais de 130 países desenvolvem essa campanha. Apesar do Brasil não ser conhecido como um país violento para as mulheres, os dados revelam uma realidade de profunda violência contra elas.
Em nosso país, nos últimos 30 anos, conforme aponta o Mapa da Violência 2012, mais de 92.000 mulheres foram assassinadas, o que mostra um triste quadro da expressão máxima da violência contra as mulheres. Em 2011, a partir dos registros do SUS, foram atendidas 70.170 mulheres vítimas de violência.
A pesquisa Percepção da Sociedade Sobre Violência e Assassinato de Mulheres, realizada pelo Instituto Patrícia Galvão, revelou que 70% dos entrevistados acha que a mulher sofre mais violência dentro de casa e 6 em cada 10 brasileiros conhece uma mulher que foi vítima de violência doméstica.
Um balanço sobre os registros do Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher) revelou que no ano de 2012 houve mais de 2.000 atendimentos por dia, e, do total de ligações, uma grande parte delas foram relatos de violência incluindo agressão física, psicológica, moral e sexual entre outras. Em 70% dos casos a agressão foi cometida por pessoas com as quais as vítimas mantêm ou mantiveram alguma relação afetiva como o marido, companheiro, namorado, ou ainda ex-marido ou ex-namorado.
Os registros indicam ainda que 67% da violência ocorrem no cotidiano dos lares, ao lado da família, local em que a mulheres suspostamente se encontrariam seguras.
O enfrentamento da violência contra as mulheres é uma tarefa que necessariamente precisa envolver diversos setores governamentais e da sociedade com estratégias e ações articuladas, de tal forma, que resultem não só em denúncias ou medidas punitivas aos agressores, mas, também em transformações que propiciem mudanças de comportamentos machistas legitimados em uma sociedade ainda patriarcal e que sustenta as desigualdades de gênero, que são a causa principal da violência.
A Reprolatina, em sua missão de contribuir para a diminuição das desigualdades de gênero e construção de uma sociedade mais justa, participa e desenvolve atividades na "Campanha dos 16 Dias de Ativismo", e reafirma seu compromisso de contribuição para a diminuição das desigualdades de gênero, construção de uma sociedade mais justa e uma cultura de não violência contra as mulheres.
Confira a Programação dos 16 Dias de Ativismo pelo fim da Violência Contra as Mulheres:
27/11/2018 e 28/11/2018 – 8h às 13h:
Vara da Violência Doméstica Serão realizadas 40 audiências Vara da Violência Domestica Fórum
28/11/2018 - 07h às 14h: Aepeti/Palestra Comunidade Tapará Grande
29/11/2018 - 08h às 13h: Vara da Violência Doméstica Audiência Fórum
30/11/2018 – Horário a definir:
Vara da Violência Doméstica Entrega da premiação do concurso e exposição da poesia da escola Romana Leal, participantes do projeto Maria da Penha vai á escola. Fórum
03/12/2018 - 09h às 11h:
Maria do Pará Palestra do CTA para usuárias do centro Sala Centro Maria do Pará
06/12/2018 - 07h às 08h: Maria do Pará Entrega de laço branco Terminal hidroviário
07/12/2018 - 18h às 20h: Maria do Pará Atividade Física faculdade Pitagoras com as usuárias do Maria do Pará Em frente ao Museu João Fona
12/12/2018 - 15h: Maria do Pará Tribuna Especial vereadora Maria José Câmara Municipal de Santarém
13/12/2018 - 18h30: Comissão de Mulheres Mesa Redonda com a Rede Itinerante Auditório OAB - Subseção de Santarém
14/12/2018 - 07h às 14h Ministério Público Projeto Itinerante de Serviços Pelo Combate à Violência Doméstica. Comunidade do Perema