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Afroteca: Cemei Maria Raimunda recebe biblioteca de estudo da cultura negra e afrodescendente Autor: Agência Santarém

Afroteca: Cemei Maria Raimunda recebe biblioteca de estudo da cultura negra e afrodescendente

Ronnie Dantas
Publicado em - Atualizado
Voltada ao estudo da cultura negra e afrodescendente para a educação infantil, a Afroteca Lelê é a terceira entregue a um Cemei.

A Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), via Núcleo Técnico de Educação Infantil (NTEI) e em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) por meio do Projeto Kiriku, inaugurou na manhã desta quarta-feira (30), no Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Maria Raimunda Pereira de Sousa, no bairro Nova República, a Afroteca Lelê, uma biblioteca voltada ao estudo da cultura negra e afrodescendente para a educação infantil. Foi o terceiro espaço entregue a uma unidade infantil nesse mês de novembro, mês dedicado às comemorações da Consciência Negra.

A exemplo dos Cemeis Paulo Freire e Antonia Corrêa, já contempladas com as bibliotecas, a Afroteca Lelê recebeu do Projeto Kiriku todo o mobiliário necessário para iniciação dos estudos como casinhas das bonecas, hacks para exposição de livros, jogos, instrumentos musicais, kit de percussão afro com 22 peças, uma coleção de nove jogos afrocentrados, além de uma coleção de DVDs do Projeto Kiriku, um acervo de 40 livros sobre literatura infantil antirracista e diversos brinquedos.

Mobiliário necessário para iniciação dos estudos

O projeto Kiriku investiga as relações raciais na primeira infância.

A entrega da Afroteca contou com uma apresentação especial das crianças da turma Pré I-C, que apresentaram a Dança do Maculelê, sob responsabilidade da professora Elen Silva. Antes, professores do Cemei apresentaram a dança denominada ‘identidade’.

Apresentação da Turma do Pré I-C

Prestigiaram a solenidade o coordenador do Projeto Kiriku da Ufopa, professor Luiz Fernando França; a Professora Doutora Ediene Pena, também da Ufopa; a artista plástica Daniele Andrade; a diretora da escola Wildes Fonseca, professora Maria Inácia e a Coordenadora do Cemei Maria Raimunda, Janice Diniz.

A Secretária de Educação Maria José Maia foi representada pelo Coordenador da Divisão de Educação Escolar Quilombola (DEEQ), Leandro Laurindo. Já a Técnica Pedagógica, Vânia Barroso, representou a Coordenadora da Educação Infantil, Alyne Fernandes. A Mesa contou ainda com as Coordenadoras dos Cemeis Paulo Freire, Geonilce Miranda, e Antônia Corrêa, Geones Marques.

A coordenadora do Cemei Maria Raimunda sintetizou o momento de alegria pela Afroteca.

“A comunidade escolar está muito feliz por essa Afroteca. O equipamento que vai nos ajudar muito. Não só na literatura infantil, como também aos nossos professores no que diz respeito a novos conhecimentos. O momento é de emoção por essa conquista”, disse.

A Professora Dra. Ediene Pena destacou que as universidades existem para melhorar a educação básica, sendo um dos objetivos estratégicos fazer a integração entre o ensino superior e a educação básica.

“Trabalhar o antirracismo, a educação antirracista, é o ponto chave pra nós combatermos o racismo. Levar a educação antirracista para as crianças nas unidades de educação infantil de Santarém, é fundamental para nós fazermos uma outra educação, com um outro olhar, uma educação mais inclusiva, mais justa, mais fraterna, mais humana e ações dessa natureza fazem com que nós, da universidade, estejamos cumprindo o nosso objetivo que é integrar. Um projeto como esse é um projeto completo, que integra ensino, pesquisa e extensão”, completou.

Diversos brinquedos foram entregues

A artista plástica Daniele Andrade participou da construção da primeira Afroteca entregue no município, ela também trabalha a questão da representatividade, por meio da pintura. Daniele foi a responsável pela confecção da tela estampada na porta da Afroteca Lelê.

“Eu acho esse espaço da Afroteca importantíssimo pela representatividade, é um espaço de educação antirracista que eu não tive quando criança e o que essas crianças e essas famílias estão tendo hoje. É uma ótima oportunidade de tentar construir uma sociedade melhor, com respeito entre as pessoas, para que as pessoas comecem a olhar para os negros de cabelos crespos, encaracolados, com outro olhar e pra mim é uma honra poder contribuir com minha arte”, disse Daniele.

A comunidade escolar participou do momento de entrega

“Hoje encerra um ciclo de muita alegria, uma conquista pra educação infantil e nós queremos parabenizar todas as unidades que estão fazendo parte desse projeto juntamente com a equipe do Projeto Kiriku da Ufopa e agradecer pelo novos espaços que teremos para trabalhar o antirracismo, as diferenças e a igualdade entre todos”, disse Vânia Barroso.

Professor Luis Fernando França comentou sobre a terceira entrega de Afrotecas por meio da parceria Semed/Ufopa.

“A construção das Afrotecas é um ciclo, um primeiro momento importante, resultado de um processo que iniciou com uma pesquisa sobre racismo nos Cemeis e as afrotecas são ações de combate a esse racismo. O próximo passo é retomar a pesquisa, tanto do ponto de vista da sistematização de dados sobre relações raciais entre as crianças e também numa outra pesquisa que é do uso das afrotecas”.

Professor Luís Fernando disse que é preciso continuar o trabalho de formação com os professores sobre como utilizar os equipamento no sentido de potencializar o aprendizado.

“Nós agora vamos entrar num processo de aprofundamento de leitura e de formação continuada das professoras dos Cemeis e de outros Cemeis pra utilização desses equipamentos que estamos chamando de Afrotecas”.

O coordenador do Projeto Kiriku informou que na próxima semana será feita uma avaliação sobre as inaugurações e nos dias 13 e 14 será oferecido um minicurso aos professores.

O minicurso “Por uma educação infantil antirracista: experiência de pesquisa e intervenção pedagógica afrocentrada do projeto Kiriku” ocorrerá no Theatro Municipal Victória, nos dias 13 e 14 de dezembro. A taxa de inscrição são dois quilos de alimentos não perecíveis.

Segundo França, outros professores e/ou profissionais podem participar do evento pra conhecer o projeto e, quem sabe, ampliar a rede de Afrotecas no município de Santarém.

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