A Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), realizou na manhã desta sexta-feira, 31, no auditório da Unama, uma qualificação sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoce da hanseníase. A ação teve como público-alvo os médicos e enfermeiros da Atenção Primária à Saúde (APS) e do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA). Em média, 80 pessoas participaram. Ainda nesse mês, todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) serão abastecidas com testes de sensibilidade tátil, cartilhas e insumos para detecção da doença.
O objetivo da ação foi atualizar e direcionar as equipes de saúde no manejo clínico e operacional, contribuir para redução de novos casos e da morbimortalidade, além de contribuir para o aumento da cura.
A coordenadora do Programa de Combate à Hanseníase, Tayane Matos, ressalta que as qualificações dos profissionais são essenciais. "As ações da esfera municipal contemplam diversas áreas de atuação, indo da prevenção, promoção, diagnóstico, assistência, tratamento e vigilância epidemiológica. Fortalecendo o enfrentamento dessas patologias, pautado nos princípios do SUS".
A enfermeira e gerente da UBS Interventoria, Eulália Ramos, parabeniza a organização do evento. “A Semsa está sempre atualizando os profissionais da saúde para que a população seja, também, beneficiada com a detecção e tratamento oportuno. Parabéns aos organizadores do evento“
Recentemente, a hanseníase entrou na cartilha de doenças tratadas pelo Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA). A enfermeira do centro, Janecely Rego, pontua que a capacitação afeta diretamente na qualidade do atendimento.
"Nós, profissionais da saúde, precisamos estar em constante atualização dos conhecimentos para levar um atendimento de qualidade aos nossos usuários".
Durante a qualificação, o palestrante, Dr. Karlisson Cunha, alertou para os índices elevados da doença no Pará. “Os casos de hanseníase no Pará são alarmantes. Por isso é tão importante trabalharmos na prevenção da doença, atualizar os profissionais da rede pública. A detecção precoce da doença é de suma importância, pois quanto mais cedo for o diagnóstico melhor, porque o tratamento cura a doença, interrompe a transmissão e previne as sequelas. O tratamento é gratuito e fornecido pelo SUS".
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Pará notificou o maior número de casos em 2022 da região Norte. O estado registrou 1.329 casos gerais da doença e 67 ocorrências em pacientes menores de 15 anos.
Casos de Hanseníase em Santarém
Segundo relatório do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), a Semsa monitora 180 casos de hanseníase. Confira as notificações nos últimos cinco anos
• 2018: 40 casos
• 2019: 49 casos
• 2020: 23 casos
• 2021: 37 casos
• 2022: 31 casos
Hanseníase - A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que afeta primariamente a pele e os nervos. Ao iniciar o tratamento, o paciente não transmite mais a doença. É muito importante procurar um serviço de saúde quando há sintomas e espalhar essas informações para que todos saibam se cuidar.
Alguns sinais e sintomas
• Manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade dolorosa, térmica e tátil.
• Sensação de fisgada, choque, dormência e formigamento ao longo dos nervos dos membros.
• Perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração.
• Inchaço e dor nas mãos, pés e articulações.
• Dor e espessamento nos nervos periféricos.
• Redução da força muscular, sobretudo nas mãos e pés.
• Caroços no corpo.
• Pele seca.
• Olhos ressecados.
• Feridas, sangramento e ressecamento no nariz.
• Febre e mal-estar geral
Tratamento - É feito por meio de comprimidos que são fornecidos gratuitamente nas unidades de saúde. Devem ser tomados diariamente até o término do tratamento, isso é muito importante para alcançar a cura. Se a hanseníase não for tratada, pode causar lesões severas e irreversíveis. O tratamento cura a doença, interrompe sua transmissão e previne incapacidades físicas. Quanto mais cedo for iniciado, menores são as chances de agravamento da doença.