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Caso raro: Paciente com diagnóstico grave de tétano se recupera no HMS e recebe alta Autor: Ascom ISMS

Caso raro: Paciente com diagnóstico grave de tétano se recupera no HMS e recebe alta

Natashia Santana
Publicado em - Atualizado
É uma doença infecciosa grave, não contagiosa, causada por toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani

Francisco de Oliveira Lopes, de 42 anos, saiu do Hospital Municipal de Santarém Dr. Alberto Tolentino Sotelo (HMS) andando depois de passar 38 dias internado em tratamento para tétano acidental. Foram 32 dias dentro da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com quadro grave. A taxa de mortalidade para essa doença é 60%; no HMS, o último caso diagnosticado foi há 2 anos.

“Eu ganhei uma nova vida, se não fosse Deus e essa equipe do Hospital eu sei que morreria. Eu sou um milagre, obrigado”, agradeceu o paciente.

No dia 24 de fevereiro de 2022 seu Francisco apresentou enrijecimento da face e então decidiu procurar atendimento médico no Hospital Municipal. Menos de 24 horas depois da internação o homem começou a sentir dor intensa no corpo, de forma generalizada, e 4 dias depois foi levado para UTI, onde ficou por 32 dias. O homem havia tido um acidente no local de trabalho, onde foi perfurado por um prego enferrujado no pé esquerdo. Ele só procurou ajuda médica uma semana depois do ocorrido, que foi quando os sintomas começaram.

“Eu estava limpando o terreno do meu patrão e ai eu pisei em um prego enferrujado que perfurou a bota. Não dei muita importância, fiquei passando uns remédio e os dias passaram, até que começou a trava tudo. Fiquei com medo. Graças a Deus que logo os médicos me atenderam, foram dias difíceis”, contou.

O infectologista do HMS, Dr. Alisson Brandão, foi um dos especialistas que acompanhou todo o tratamento do paciente. De acordo com o médico, é um doença que causa comprometimento das placas neuromusculares, e isso ocasiona a perca do controle muscular. “O paciente perde essa autonomia do controle muscular e com isso pode levar a morte, porque ele vai ter parada respiratória. É realmente um doença grave como foi caso do Francisco, que necessitou de intubação. A sobrevivência é rara”, explicou.

Durante o longo período em que o paciente permaneceu na UTI – 30 dias, houve uma força tarefa da equipe multiprofissional para que Francisco reagisse, e fosse curado sem muitas sequelas. A enfermeira responsável pelo setor de epidemiologia, Cristiane Lima, afirma que houve momentos que a equipe acreditou que ele não fosse resistir. “Mesmo a gente monitorando diariamente e mesmo achando por alguns momentos, principalmente quando ele rebaixava, que ele poderia não resistir, toda equipe não deixou de fazer todo o possível em termos de tratamento”, enfatizou.

 

Entenda mais sobre a doença:

O tétano é uma doença infecciosa, não contagiosa, que pode ser prevenida por vacina. Ela ocorre por ação de toxinas produzidas pela bactéria Clostridium tetani, presente basicamente em toda a natureza, que provoca um estado de hiperexcitabilidade do sistema nervoso central.

O diagnóstico do tétano é clínico. A vacinação é a principal medida de prevenção contra o tétano, cujo esquema vacinal inicia aos 2 meses de idade, segundo o Calendário Criança da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

A toxina produzida pela bactéria ataca principalmente o sistema nervoso central. São sintomas do tétano são: rigidez muscular em todo o corpo, mas principalmente no pescoço, dificuldade para abrir a boca (trismo) e engolir, riso sardônico produzido por espasmos dos músculos da face. A contratura muscular pode atingir os músculos respiratórios e pôr em risco a vida da pessoa.

Situação epidemiológica do Tétano Acidental

As informações são do site do Ministério da Saúde, que afirma que entre os anos de 2012 a 2021 foram registrados 2.381 casos de tétano acidental no país sendo: 325 na Região Norte (13,6%); 747 na Nordeste (31,4%); 536 na Sudeste (22,5%); 494 na Sul (21,0%) e 274 na Região Centro-oeste (11,5%). No mesmo período, 70% dos casos concentram-se no grupo com faixa etária de 30 a 69 anos de idade.

Em 2019, 2020 e 2021 foram confirmados 220, 176 e 154 casos, respectivamente, em todo território nacional.

 

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