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Ataques de animais peçonhentos: especialista do HMS orienta sobre prevenção e primeiros socorros Autor: Ândria Almeida/ Ascom HMS

Ataques de animais peçonhentos: especialista do HMS orienta sobre prevenção e primeiros socorros

Ândria Almeida
Publicado em - Atualizado
No primeiro semestre de 2023, o HMS atendeu 434 vítimas de ataques de animais peçonhentos.

O Hospital Municipal de Santarém Dr. Alberto Tolentino Sotelo (HMS), divulgou um levantamento sobre o número de atendimentos a vítimas de ataques de animais peçonhentos na unidade. No primeiro semestre de 2023, foram registrados 434 casos no hospital. Desse total, 191 são referentes a ataques de cobras e 153 de escorpiões, representando os ataques mais recorrentes.

Ainda segundo o levantamento, além de cobras e escorpiões, outros animais como arraias, lagartas, abelhas e aranhas também foram responsáveis por incidentes.

O médico infectologista do HMS, João Assy, alertou sobre a importância da prevenção e dos primeiros socorros em casos de ataques de seres peçonhentos.“O paciente, ao sofrer um ataque, deve, se possível, deve ficar num repouso relativo para  ser transportado até uma unidade de saúde. No local da picada, deve-se lavar bem com água e sabão, evitar aplicar qualquer tipo de produto, tentar sugar ou fazer o tourniquet, pois são práticas que acabam aumentando o risco de complicação e não reduzem o efeito do veneno”, orientou.

Caso haja sangramento intenso, o médico recomenda comprimir o local com um tecido limpo.

Sobre a identificação do animal agressor, o médico ressaltou que isso pode facilitar o tratamento, pois existe um soro específico para cada animal.“Recomendamos não tentar matar, porque pode acabar sendo picado mais uma vez. Então, se conseguir tirar uma foto ou perceber as características do animal para poder passar para o médico durante o atendimento. E se não for possível identificar o animal, a partir dos sintomas clínicos – já que cada veneno apresenta um tipo diferente de sintoma no local da picada – e das informações que obtivermos, conseguimos restringir a uma ou poucas espécies e determinar um soro específico ou um soro mais amplo que englobe mais de uma espécie”, destacou.

Adair Sousa Cardoso, 51 anos, morador da comunidade Mentai, foi atacado por uma cobra em junho deste ano enquanto removia palha seca do chão. Ele relata ter passado por três procedimentos cirúrgicos após o ataque, ficando mais de 60 dias internado no HMS para tratamento. "Não vi a cobra; quando percebi, já havia sido atacado no tornozelo. Perdi cerca de 60% da carne da minha perna", relata.

Atendimento e prevenção

A orientação do infectologista é que as vítimas de ataques de animais peçonhentos em Santarém e região devem buscar atendimento médico no HMS. “Em Santarém, o único local que tem soro específico para cobras, escorpiões e aranhas é o Hospital Municipal de Santarém. Então, recomendamos procurar atendimento aqui. É claro que, se estiver apresentando sintomas mais graves, é importante procurar a unidade de saúde mais próxima para que seja feita a estabilização e, depois, a remoção com ambulância até o HMS”, disse.

Nos demais municípios, ele explica que, em geral, o Hospital Municipal sempre possui um centro de referência onde o soro está disponível. No entanto, ele ressalta que, mesmo que o paciente não esteja sentindo nada, “é importante procurar atendimento porque o soro pode não manifestar efeitos imediatos e, quanto mais rápido o tratamento for iniciado, menor o risco de complicações”, orientou.

Para prevenir os acidentes com animais peçonhentos, as principais orientações do infectologista são, dependendo da espécie: quando for andar em locais de mata fechada ou em áreas onde não se consegue ver exatamente o que há no chão, prefira sempre usar calçados fechados e calças, pois ajudam a barrar um pouco o veneno.

“Nunca tente pegar ou manipular serpentes. Em caso de pessoas que entram em rios, para evitar a ferrada de arraia, sempre recomendamos arrastar o pé, pois a arraia fica no leito do rio, ou usar um bastão para bater à frente e afastar essas arraias, minimizando o risco”, enfatizou. 

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