Autor:
Caio Lobato/ CCOM
A tarde desta quarta-feira (26) ganhou novos significados para os idosos atendidos pelos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS), pCentro de Convivência do Idoso (CCI), além da comunidade em geral. Sob o céu sereno de Santarém, eles se reuniram na Alameda 33, no Aeroporto Velho, ponto de partida para a 16ª Romaria da Melhor Idade, parte das festividades em honra a Nossa Senhora da Conceição, padroeira dos católicos santarenos. Ali, na quadra do CCI, antes mesmo da caminhada começar, já se sentia a força de uma fé amadurecida pelo tempo.
Nas mãos, balões brancos e azuis. No coração, intenções silenciosas, pedidos, agradecimentos. Em cada rosto, a alegria de reencontrar amigos e de percorrer juntos um caminho que vai muito além do trajeto físico até a Catedral Metropolitana: é uma travessia espiritual, feita de memória, esperança e devoção.
“Amor, muito amor. Amor pela minha família, amor pelo mundo, amor pelos meus irmãos na face da terra”, disse emocionada Oldenora Moraes Fernandes, enquanto se preparava para caminhar. Para ela, a romaria é mais do que tradição. “Eu rezo e peço paz para o mundo. Não é só para mim, é para o mundo. Paz em todos os lugares do universo.”, completou.
Quando o grupo iniciou o percurso, um movimento suave e cheio de vida tomou conta da rua. Passo a passo, os idosos seguiram firmes, com o ritmo que a idade lhes permite e a fé lhes inspira. O trajeto até a Catedral — que muitos fazem há anos — parecia, desta vez, mais iluminado. Cada quarteirão percorrido era uma prece silenciosa, uma lembrança retomada, um gesto de gratidão.
Entre eles estava Joana das Graças Santos Martins, que enxergou na caminhada mais um momento de renovação interior:
“Quando eu venho pra cá, para a convivência, é a minha maior alegria, minha maior satisfação. Eu vivo satisfeita, fico alegre de todas as formas, e por estar vivendo este momento de renovação de fé”, contou, com o sorriso sereno de quem encontra sentido nas pequenas celebrações da vida.
A coordenadora do CCI, Alcilene Sousa, acompanhou o grupo desde a saída e destacou a força simbólica de o Centro ser o local de partida da imagem.
“Nós temos essa honra. Eu sempre digo a eles que sempre temos algo para agradecer. Que a gente possa caminhar em paz e vivenciar esse momento com alegria. Já passamos por tanta coisa juntos este ano, mas estamos sobrevivendo. Aqui, a união faz a força”, afirmou.
Ela lembrou ainda da diversidade religiosa entre os idosos e da presença integrada dos Cras Ribeirinho, Santana, demais equipamentos, do Cidadania Ativa e do Centro de Referência em Saúde do Idoso:
“Somos uma família, a rede está funcionando, sempre buscando acolher e encontrar força em Maria, nossa mãe, que sempre nos dá colo”, completou.
O sol já se inclinava no horizonte quando o grupo chegou à Catedral. Lá, uma multidão os aguardava para a missa que encerra a romaria — uma celebração de fé e de reconhecimento pela presença tão especial da Melhor Idade nas festividades.
O Pe. Odriley Maia, cura da Catedral e diretor da festa, destacou o valor desse momento:
“Esta romaria é muito importante porque marca a participação dos nossos queridos idosos, que querem demonstrar seu amor, carinho e devoção pela Padroeira da nossa Arquidiocese. É sempre uma alegria contar com essa presença tão significativa.”
Para a secretária municipal de Trabalho e Assistência Social, Celsa Brito, a caminhada simboliza união, respeito e cuidado com aqueles que carregam a história do município:
“É um momento importante para eles, de união e fé. Vemos a participação em peso dos idosos, animados, respeitando seu ritmo, contando com toda a estrutura de segurança e acolhimento. É bonito ver todos juntos, celebrando e fortalecendo vínculos em mais uma Romaria da Melhor Idade”, destacou, agradecendo também o apoio do Corpo de Bombeiros, SAMU, SMT e da Diocese.
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