O projeto 60+ Tapajoara, parceria entre a Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtras), e a Universidade Federal Oeste do Pará (UFOPA), tem como objetivo incluir idosos no contexto universitário com programações variadas de bem-estar, relatos de vivências, saúde, tour universitário e outros. O terceiro encontro ocorreu na última quinta-feira, 27, com um grupo de 15 idosos do Centro de Convivência do Idoso (CCI) que gravaram depoimentos sobre sua infância para um documentário que será lançado ao fim do projeto.
Ao todo, serão seis encontros mensais, nas últimas quintas-feiras de cada mês, realizados no campus Tapajós da Ufopa. Pedagoga do CCI, Alcilene Sousa, comentou sobre o impacto do projeto na vida dos idosos.
"As idas à universidade estão sendo muito importantes, já que muitos idosos não tiveram a oportunidade de estudar quando mais jovens. Eles sempre ficam empolgados e a ansiedade toma conta de todos às vésperas dos encontros. É sempre uma novidade pra eles”, conta.
No primeiro encontro, foi realizada acolhida para os idosos, seguida de uma sessão de bem-estar com massagens, maquiagem, corte de cabelo e sorteio de brindes. Já no segundo momento, os idosos tiveram a oportunidade de conhecer a história do Pequeno Príncipe. No terceiro encontro, foi realizada a gravação dos relatos dos idosos sobre suas memórias de infância. De acordo com Roberto Paiva, docente da Ufopa, serão produzidos um documentário audiovisual e um livro com os depoimentos dos idosos.
"Foram relatos cheios de emoção, conselhos e direcionamentos. Nossa equipe distribuiu tiras de papéis com subtemas acerca do que de melhor eles lembram associados às emoções, ao sentimento e à espiritualidade. Por meio dessa atividade, o grupo sistematizou seus entendimentos acerca da verdadeira felicidade e alegria de viver a partir das boas memórias que possuem, tendo como ponto de partida eles próprios, suas histórias e suas convicções”, conta o docente.
Raimundo Nonato, de 74 anos, foi um dos idosos selecionados para participar do projeto. Segundo ele, relembrar o passado foi uma atividade muito importante.
"Várias coisas nos remetem ao passado e nossa infância, mas elas também servem para a nossa vida atual, para as orientações que damos a nossa família, nossos vizinhos e amigos do CCI”, disse.
Para Marialeuza Marques, de 67 anos, a oportunidade de participar do projeto também tem sido muito proveitosa. “No projeto, nós desenvolvemos várias atividades que nos ajudam a melhorar nosso conhecimento de vida, dentro das nossas condições como idosos”, afirma.
Celsa Brito, titular da Semtras, avalia a importância do projeto.
"Entendemos a necessidade de fortalecer e melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da terceira idade. Quando os idosos são integrados a projetos como esse, eles têm a oportunidade de conhecer novas vivências e espaços. Isso é importante para a autoestima e bem-estar deles”, afirma a titular da pasta.