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Alter do Chão, cartão-postal de Santarém e um dos destinos turísticos mais procurados da Amazônia, enfrenta um desafio que ameaça sua beleza natural: o descarte irregular de lixo. Para enfrentar esse problema, a Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Turismo (Semtur), iniciou o projeto “Praia Limpa, Alter Mais Bonita”, construído em diálogo com moradores, lideranças comunitárias e representantes da sociedade civil organizada. O objetivo é sensibilizar a população e visitantes para a responsabilidade coletiva na preservação dos espaços públicos.
A ação começa como projeto-piloto em Alter do Chão, envolvendo a Ilha do Amor, a Praia do Cajueiro, o Lago Verde e a praia do Centro de Atendimento ao Turista (CAT). A meta é expandir a iniciativa para outras praias do município. Desde junho, já foram realizadas duas reuniões, das quais resultaram duas frentes principais: a produção de placas educativas, feitas por artesãos locais, com mensagens sobre descarte correto de resíduos; e o lançamento de uma campanha digital nas redes sociais da Prefeitura, voltada a moradores e turistas.
Participaram da construção da campanha nomes como Elton Charles, presidente da ATUFA; Susan Gerber-Barata, vice-presidente da AMACarauari; Marlena Soares, produtora cultural e integrante do Conselho Comunitário; Soraya Amaral, representante da Semtur; Rosival Dias, produtor cultural e idealizador do projeto Açaí Curumim; Amanda Galvão, da Pousada Casa Saimiri e representante da Associação Pró-Alter; além de Bárbara Rodrigues, farmacêutica e secretária da AMA Lago Verde.
A terceira reunião já está programada e contará com a participação de outras secretarias municipais, ampliando o diálogo e a integração das ações.
Para a representante da Semtur, Soraya Amaral, a campanha reforça o compromisso da gestão com o turismo sustentável:
“Após ouvir a comunidade e dialogar sobre os desafios, unimos forças para construir, junto com a população, ações eficazes contra o descarte irregular. Nosso foco é a corresponsabilidade coletiva e a mudança de hábitos. Além do lixo, também estamos atentos a questões como o aumento de casos de bicho geográfico, a poluição sonora e a necessidade de ajustes no transporte coletivo.”
Na avaliação de Marlena Soares, vice-coordenadora de Cultura do Conselho Comunitário, o momento é de transformação cultural:
“Em Alter do Chão, o problema do lixo muitas vezes é atribuído a fatores culturais. Mas a cultura é dinâmica. Hoje temos a chance de mudar nossos hábitos e construir uma Alter mais limpa e sustentável.”
Moradora da vila e atuante em projetos de reciclagem há mais de dez anos, a suíça Susan Gerber-Barata destacou a força da mobilização:
“Estou confiante de que a comunidade agora está empoderada e não permitirá que nossas praias sejam sujadas, seja por moradores ou por visitantes.”
Já Elton Charles da Silva Campos, presidente da ATUFA, reforçou que a mudança passa pela educação ambiental:
“Nós, da Atufa, realizamos constantemente ações de limpeza, mas isso não é suficiente. O grande desafio está na falta de consciência de parte dos frequentadores. A verdadeira solução passa pela educação e pelo trabalho conjunto entre sociedade civil, poder público, associações e iniciativa privada, para garantir campanhas permanentes, estrutura adequada e políticas efetivas de preservação. Não se trata apenas de limpar, mas de educar e conscientizar. Somente assim poderemos assegurar praias limpas, saudáveis e sustentáveis para as próximas gerações.”
