Autor:
Fabrício Galúcio - Ascom SMT
A presença de radares nas ruas desperta diferentes opiniões, mas os números não deixam dúvidas: a fiscalização eletrônica é uma das ferramentas mais eficazes para reduzir acidentes e preservar vidas no trânsito. Estudos e experiências em diversas cidades do Brasil e do mundo comprovam que os radares não apenas controlam a velocidade, mas transformam a cultura de circulação nas vias urbanas e rodoviárias.
Segundo dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a instalação de radares pode reduzir em até 30% os acidentes de trânsito e em até 60% as mortes, além de prevenir, em média, três mortes e 34 acidentes por equipamento instalado por ano. A eficácia dessa medida tem base em um princípio simples: quanto menor a velocidade, menor a gravidade dos acidentes.
Cidades brasileiras que adotaram o controle eletrônico como política pública de mobilidade urbana registraram quedas significativas nos índices de sinistros. Em Palmas (TO), por exemplo, a instalação de radares na rodovia TO 050, em 2015, resultou em uma redução de 94% nas mortes. No perímetro urbano, houve diminuição de 41% nos acidentes graves e 30% nas mortes. Esses números reforçam o papel dos radares como medida preventiva e não apenas punitiva.
Já em São Paulo (SP), os dados mostram uma queda de 35% nas mortes no trânsito entre 1996 e 2008, período em que a cidade investiu fortemente em radares e campanhas educativas integradas.
A eficácia dos radares também é reconhecida internacionalmente. No Reino Unido, estudos apontam que o uso contínuo de fiscalização eletrônica contribuiu para reduções de até 68% nas mortes em determinadas vias monitoradas.
Além de coibir o excesso de velocidade, os radares ajudam a construir um comportamento mais consciente por parte dos motoristas. A previsibilidade de fiscalização estimula o respeito às regras de trânsito, reduz a agressividade no volante e cria um ambiente mais seguro para todos — motoristas, ciclistas e pedestres.
Para o secretário de Mobilidade e Trânsito de Santarém, Marcelino Xavier, os dados e as experiências bem-sucedidas mostram que os radares são instrumentos de proteção à vida.
"Quando falamos em fiscalização eletrônica, estamos falando em salvar vidas. Não se trata de punição, mas de garantir que o condutor respeite os limites e compartilhe a via com responsabilidade. A presença dos radares inibe comportamentos de risco e contribui diretamente para a redução de acidentes".
A Prefeitura de Santarém vem adotando medidas cada vez mais técnicas e educativas para promover um trânsito seguro e humanizado. A gestão entende que a fiscalização eletrônica deve ser compreendida como parte de uma política integrada, que inclui educação, engenharia e fiscalização.
Para João Betcel, chefe da Divisão de Educação para o Trânsito, os radares têm, também, um importante papel pedagógico.
"Eles reforçam a mensagem de que dirigir é um ato de responsabilidade. Cada radar é um ponto de alerta que faz o motorista lembrar que a segurança vem antes da pressa. Além disso, somados às ações educativas, ajudam a transformar a cultura do trânsito".
A instalação dos equipamentos segue critérios técnicos. São considerados o histórico de acidentes, o volume de tráfego, a presença de escolas, hospitais, travessias de pedestres e a reincidência de infrações. Segundo Camila Carvalho, chefe do Núcleo de Operações Viárias, cada radar é resultado de uma análise criteriosa.
"Não se instala um radar por acaso. Avaliamos dados, ouvimos comunidades, mapeamos áreas críticas. Quando um equipamento é instalado, ele está ali para proteger vidas em um ponto onde o risco é real e comprovado".
A Prefeitura de Santarém, por meio da SMT, segue investindo em infraestrutura, tecnologia e educação, visando garantir mobilidade com segurança para todos. O uso de radares, nesse contexto, não é apenas uma ferramenta de fiscalização, mas uma estratégia para salvar vidas e promover cidadania no trânsito.
